As forças de ocupação sionistas anunciaram o início de um novo ataque militar na cidade de Jenin, na Cisjordânia, com a operação denominada “Muro de Ferro”.
Segundo a imprensa israelense, a campanha foi determinada em uma reunião do governo de Benjamin Netaniahu na última sexta-feira (17), enquanto já se discutia o acordo de cessar-fogo. O Ministro da Segurança de “Israel”, Israel Katz, disse que a operação militar em Jenin visa “proteger os colonos e os postos de colonização na área”. Uma fonte de segurança israelense, contudo, afirmou à imprensa que “a operação em Jenin será sem precedentes em seu tamanho e alcance”.
Ao mesmo tempo, o Shin Bet e os “Guardas de Fronteira” iniciaram uma operação com o objetivo de “frustrar o terrorismo” em Jenin, que continuará nos próximos dias.
Segundo a emissora libanesa Al Mayadeen, um helicóptero do exército israelense abriu fogo com metralhadoras contra o campo de refugiados de Jenin, enquanto as forças de ocupação bombardearam um veículo vazio nas imediações do campo de refugiados.
A Resistência na Cisjordânia ativou rapidamente sirenes em Jenin após uma força especial israelense ser descoberta enquanto seu veículo saía do posto de controle de Dotan, e a Resistência travou um confronto pesado contra os sionistas no bairro al-Hadaf em Jenin.
As Brigadas Al-Quds – Jenin anunciaram que seus combatentes confrontaram as forças de ocupação avançando por vários eixos. Da mesma forma, as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa de Jenin anunciaram que seus combatentes estavam enfrentando as forças israelenses com metralhadoras, acertando diretamente as forças inimigas.
O Ministério da Saúde da Palestina anunciou que seis mártires e 35 feridos foram levados ao hospital após a agressão israelense.
A brutalidade de “Israel” na Cisjordânia acontece, não por coincidência, logo após o acordo de cessar-fogo entre a entidade sionista e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) entrar em vigor. O acordo foi uma vitória espetacular da Resistência Palestina, deixando “Israel” humilhado. Em declaração recente, o ex-chefe do Conselho Nacional de Segurança de “Israel”, Giora Eiland, reconheceu que a guerra “terminou em um fracasso retumbante para Israel e que o Hamas venceu”.
A imprensa israelense também publicou artigos em que reconhece que o público israelense está profundamente desiludido com o conceito de “vitória absoluta” de “Israel”. Hoje, a maioria da população considera essa ideia, mantida pelo primeiro-ministro Benjamin Netaniahu, uma mentira.
Os órgãos israelenses também relataram que os colonos teriam expressado indignação com as imagens vindas de Gaza, mostrando combatentes do Hamas comemorando sua vitória. Os colonos teriam visto essas imagens como um ataque direto ao conceito de segurança israelense.
O fracasso em Gaza, portanto, levou “Israel” a aumentar a pressão sobre os palestinos na Cisjordânia. A campanha “Muro de ferro”, no entanto, tende ao desastre. Afinal, há uma revolução em marcha em toda a Palestina. Com a vitória de Gaza, a tendência é de que os palestinos da Cisjordânia partam para o enfrentamento contra os sionistas.
Em declaração acerca da operação, o Hamas exortou a Resistência na Cisjordânia a lutar contra “Israel”:
“Conclamamos as massas de nosso povo na Cisjordânia a se mobilizarem totalmente e intensificarem os confrontos com o Exército de ocupação a fim de impedir a agressão em larga escala dos sionistas contra a cidade de Jenin e seu acampamento”, diz a declaração.
Em meio à ofensiva nazista israelense, a traiçoeira Autoridade Palestina, mostrando-se mais uma vez como um governo-fantoche do sionismo, se retirou de Jenin, efetivamente entregando a cidade e seu campo de refugiados a “Israel”. A debandada covarde acontece após um cerco de 48 dias da Autoridade Palestina contra a Resistência.
Durante o cerco, a AP admitiu ter assassinado três combatentes da Resistência, sequestrado e prendido 247 pessoas (41 das quais ficaram feridas por tiros), desmantelado 17 carros-bomba, apreendido três instalações de fabricação de explosivos e confiscado armas e suprimentos de 16 locais de armazenamento. As ações prepararam o caminho para que “Israel” viesse com sua campanha “Muro de ferro”.
“Em uma cena que representa o auge da coordenação com o inimigo, as forças de segurança e os veículos da AP se retiraram de Jenin no momento em que os veículos das FDI entraram, passando diretamente em frente à sede da AP”, denuncia o canal Resistance News Network.
Em meio a sua mais nova campanha nazista, “Israel” impediu que as equipes médicas chegassem aos feridos e está destruindo as estradas e a infraestrutura em frente ao Hospital Governamental de Jenin. Enquanto isso, a AP invadiu o quarto do mártir Khalil Al-Saadi, em busca dos feridos pelas balas da ocupação, e agrediu as mães dos mártires. A AP também confiscou a arma do combatente procurado e líder da Brigada de Jenin, Ahmed Abu Amireh, após sua prisão na cidade de Qabatiya, em Jenin.