Nessa segunda-feira (20), o republicano Donald Trump tomou posse para seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, o país que lidera o bloco imperialista.
Procurando causar um impacto logo no início de seu novo governo, Trump já anunciou que irá assinar quase 100 decretos de uma vez, seguindo um modelo que fez durante o mandato anterior de enviar uma sequência de medidas contrárias às do governo democrata que o precedeu. Essa medida, ao mesmo tempo que causa uma espécie de “avalanche”, fazendo com que a oposição não consiga se concentrar em todos os decretos ao mesmo tempo, também estabelece claramente uma postura de ruptura com a política que vinha sendo adotada anteriormente.
Outra medida importante anunciada pelo presidente republicano está na retirada da confidencialidade dos documentos relacionados aos assassinatos de Robert Kennedy, John Kennedy e do Reverendo Martin Luther King Jr, afirmando que é hora dos norte-americanos saberem o que aconteceu. Aqui, pouco interessa o caráter ideológico das figuras assassinadas. Para Trump, o anúncio é mais uma maneira de se chocar com o chamado “Estado profundo” – isto é, os serviços de inteligência que controlam o Estado norte-americano.
O enfrentamento de Trump com o “Estado profundo” contrasta com as acusações da imprensa imperialista, que o chamam de “radical conservador”, e da esquerda pequeno-burguesa, em sua histeria contra o republicano. Em certo sentido, Trump está buscando estabelecer uma política mais liberal para a política interna norte-americana.
A contradição de Trump está em suas declarações, que são bastante conservadoras. No entanto, até o momento, elas não passam disso: declarações. No que diz respeito à política interna, o republicano está se revelando mais democrático que o genocida Joe Biden e o Partido Democrático.
As contradições nos Estados Unidos colocam em xeque a política errática da esquerda pequeno-burguesa de reduzir os antagonismos a uma suposta luta entre “democracia” e “autoritarismo”. Independentemente das declarações de Trump e da demagogia que faz, fato é que a política do Partido Democrata é tão impopular que o republicano ficará conhecido como o homem que pôs fim – ainda que temporariamente – à guerra monstruosa na Faixa de Gaza, enquanto Biden, o “Zé genocida”, entrará para a história como o homem que assassinou tantas crianças palestinas que não conseguiu sequer se candidatar à reeleição.