Na noite desse domingo (19), um soldado israelense foi morto e outros quatro ficaram feridos após uma explosão realizada por combatentes da Resistência Palestina, em resposta a uma patrulha israelense que invadiu a cidade de Tamoun, ao sul de Tubas, na Cisjordânia ocupada. Segundo a emissora libanesa Al Mayadeen, “a cidade palestina de Tamoun enfrentou repetidas incursões das forças de ocupação israelenses, mas os combatentes locais da Resistência permaneceram firmes, contra-atacando com confrontos armados e usando IED contra veículos militares”. O termo IED, mencionado pela Al Mayadeen, é uma sigla em inglês que significa “dispositivo explosivo improvisado”.
Entre os sionistas feridos, está um comandante de batalhão de reserva. Os responsáveis pela explosão são integrantes da Brigada Tubas, que declararam: “permaneceremos no caminho dos mártires até alcançarmos o que eles alcançaram”.
Esta operação ocorre duas semanas depois de um ataque aéreo sionista em Tamoun, que resultou no martírio de 4 pessoas, incluindo crianças de 8 e 10 anos, além de uma presença militar sionista intensificada na Cisjordânia desde o 7 de outubro de 2023.
Nos últimos 15 meses, a Cisjordânia ocupada tem testemunhado ataques quase diários das forças de ocupação israelenses, acompanhados por campanhas generalizadas de detenção, recebidas com feroz resistência pela juventude palestina.
Desde 7 de outubro, as forças de ocupação israelenses detiveram mais de 10.700 palestinos na Cisjordânia, de acordo com instituições palestinas preocupadas com o tema dos prisioneiros.
As campanhas de detenção lançadas pelas forças de ocupação israelenses são acompanhadas por violações criminais contra cidadãos palestinos, incluindo agressões físicas brutais, chantagem de palestinos ameaçando o bem-estar de suas famílias, destruição generalizada e destruição das casas dos detidos e roubo de propriedade privada.
Apesar do acordo de cessar-fogo, que obrigou as forças de ocupação de “Israel” a interromperem as agressões, os “colonos”, que são uma força paramilitar e, portanto, não respondem diretamente ao governo israelense, realizaram vários ataques na Cisjordânia ocupada. Os colonos atacaram veículos palestinos e bloquearam estradas importantes em áreas como Turmus Ayy, ‘Atara, Ein Siniya, Ein Ayoub, Qalqilya e Jaba’.
Em Sinjil, duas casas palestinas e quatro veículos foram incendiados. Imagens mostraram colonos jogando pedras e coquetéis molotov durante seus ataques.
Os ataques ocorreram poucas horas antes de “Israel” libertar o primeiro grupo de prisioneiros palestinos – 69 mulheres e 21 crianças.
A ação criminosa dos colonos e a reação heroica da Resistência Palestina demonstram que a crise na Cisjordânia ocupada deve se intensificar.
Ao contrário da Faixa de Gaza, onde, apesar de todo o cerco econômico, o povo palestino é dirigido por um governo palestino, a Cisjordânia é completamente controlada pelos invasores sionistas. A Autoridade Palestina (AP), que é uma entidade dirigida por palestinos, é notoriamente uma colaboradora do sionismo. O governo de Mahmoud Abbas não passa, portanto, de um fantoche de “Israel”, assim como eram os governos fantoches do nazismo na Segunda Guerra Mundial.
A vitória espetacular do povo de Gaza, que colocou as tropas de “Israel” para correr, está levando o povo da Cisjordânia à mesma política: a insurreição contra o sionismo e, por tabela, contra a AP. Afinal, se Gaza conseguiu vencer “Israel”, a Cisjordânia também pode. O acordo de cessar-fogo provou que é possível derrotar o sionismo, mesmo ele sendo apoiado pelos países mais poderosos do planeta.
O acordo de cessar-fogo é a prova de que há uma grande revolução palestina em curso. Temendo por sua sobrevivência, “Israel” tentará impedir que essa revolução leve a Cisjordânia a ser governada pela Resistência. Por isso, a ação dos colonos. Ainda, agindo em sintonia com a extrema direita israelense, a AP que já vinha reprimindo a Resistência durante toda a Operação Dilúvio de Al-Aqsa, aumentou a repressão contra a população na Cisjordânia.
Vários confrontos armados foram relatados entre a Resistência e as Forças de Segurança da Autoridade Palestina, especialmente em Jenin. Os serviços de segurança da Autoridade Palestina prenderam o jornalista Gevara Budeiri, da emissora catariana Al-Jazera, e um cinegrafista, enquanto cobriam a libertação de prisioneiros das prisões de ocupação sionista.
Até mesmo as comemorações pelo acordo de cessar-fogo estão sendo proibidas – sem muito sucesso. Afinal, o acordo de cessar-fogo é uma grande derrota para a ditadura de Abbas. Ela mostrou o fracasso de sua política de capacho e que só a Resistência levará à vitória.