Em recente entrevista ao Canal Tutaméia, reproduzida pela TV 247, a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, afirmou que “se o PT for ao centro, vai ser o fim do PT. O PT é um partido de esquerda que tem uma trajetória e chegou até aqui por sua questão programática e pelos programas e projetos que defende. Fazer alianças não significa confundir-se com aqueles com quem você faz alianças.”
Não é a primeira vez que a presidenta do PT lança esse alerta. Recentemente, quando das discussões do Plano Haddad, Gleisi já havia afirmado “que estão querendo que o PT cometa suicídio”. O diagnóstico está correto, o problema está nas conclusões que a deputada tira.
É evidente que as alianças e a política de compromissos com a direita em torno de sua política são um dos principais motivos que têm empurrado o partido, sem um mínimo de reação, para o precipício.
Uma política de capitulação
Nas últimas eleições, o partido abdicou, no sentido mais elementar, de se apresentar como uma alternativa eleitoral e apoiou candidatos da direita neoliberal nas principais cidades do país. Essa política levou ao enfraquecimento do partido e ao fortalecimento do bolsonarismo para as próximas eleições.
Gleisi afirma que fazer alianças não é se confundir, mas, diante da posse de Maduro na Venezuela, o principal aliado Geraldo Alckmin (PSB) atacou abertamente o presidente eleito, na defesa dos fascistas que há mais de 20 anos tentam derrubar o governo com sucessivas tentativas de golpes. Dessa forma, atuou contra o PT, que se posicionou em defesa da posse de Maduro.
O próprio Lula se juntou aos chamados “democratas” dos países imperialistas, os mesmos que patrocinam o genocídio na Palestina, para defender o diálogo com os fascistas venezuelanos.
O precipício é logo ali
A boa conversa de Lula não consegue deter a sanha golpista que neste momento predomina no imperialismo e seus capachos em todos os países. É preciso debater essa situação. Trata-se de um problema dos companheiros do PT, mas, também, de toda a esquerda, não é um problema privado, interno, do partido.
A única saída progressista é romper com essa política, dar uma guinada à esquerda, caso contrário, o PT vai caminhar para o seu fim – enquanto partido relativamente distinto dos partidos da burguesia – como disse a presidenta do partido.