Walter Casagrande Jr. é um conhecido colunista da Folha de S. Paulo e o moralista de plantão para as questões de futebol. Boa parte das críticas da imprensa capitalista contra Neymar Jr. partem dele. Em recente artigo intitulado Sinal de alerta vermelho ligado para Neymar na Arábia Saudita, o comentarista questiona a razão de o Al-Hilal não inscrever Neymar no Campeonato Saudita. Afirma o outrora jogador de futebol, que, segundo Romário “nunca chutou em lugar nenhum”, as seguintes sentenças:
1 – Neymar “não convenceu”.
Obviamente, para quem acompanhou minimamente a transferência do craque para o futebol árabe, a questão, finalmente, é se Neymar quer ficar no Al-Hilal ou não. O clube fez toda a festa possível com o jogador, dentro e fora de campo, e, é claro que Neymar está em “oto patamar”, parafraseando Bruno Henrique. É ele quem escolhe o clube que quer jogar. Foi ele quem decidiu sair da Europa. Não tem absolutamente nada a ver com “convencer” os donos do Al-Hilal, para lá de convencidos do futebol e do espetáculo Neymar, e, em especial, e fez parte essencial da tentativa de conseguir levar uma Copa do Mundo de 2034 a ser sediada na Arábia Saudita.
2 – “O forte do Neymar nunca foi o profissionalismo, a seriedade e a dedicação”
Mentira. Se for pelo lado empresarial, são poucas as empresas de futebol que arrecadam mais recursos que a empresa Neymar, ou as empresas controladas pela família. É difícil contabilizar a quantidade de jogadores que não conseguiram o sucesso do jogador apresentando bom futebol. Muitos faliram nessa caminhada, por isso Neymar é ídolo. Extra-campo não há registro de que ele, Neymar, tenha feito nada mais que um jogador regular em qualquer lugar do mundo tenha feito, inclusive muito menos que o próprio Casagrande em seus dias de glória.
3 – Neymar não faz fisioterapia
Se o homem que trouxe o primeiro ouro olímpico do futebol (2016) quisesse parar de jogar bola, ele poderia, e continuaria ganhando tanto ou mais que ganha hoje. É visível a dedicação do jogador para voltar 100%, como ele mesmo diz. E o mais importante, evitar lesões antes daquela que pode ser sua última Copa do Mundo.
A crítica de Casagrande é contra as festas que o jogador faz ou participa, mesmo lesionado. Aqui é puro moralismo. É uma carola falando da vizinha que saiu ontem à noite. O jogador lesionou, ele não morreu. É realmente incrível o conservadorismo que certos comentaristas de futebol apresentam, fora os que tiveram passado e agora aparecem como os bastiões da moral e dos bons costumes.
4 – “O Neymar está em baixa no futebol europeu há muito tempo”
É difícil saber quais times negariam ter Neymar em seu plantel, seja no Brasil, seja na Europa, seja em qualquer parte do mundo. Especialmente com a quantidade industrial de jogadores velocistas que mal sabem driblar e pela baixíssima qualidade técnica de vários campeonatos europeus.
5 – Neymar corre risco de não ser inscrito o campeonato árabe
Se Neymar não for inscrito no campeonato, será decisão dele próprio. Se ele resolver ficar um ano sem jogar, apenas para não se lesionar antes da Copa, também seria decisão dele. Casagrande não é o técnico da seleção, e está para nascer este técnico que recusaria Neymar em seu time.
6 – “Neymar deveria ter se aposentado da balada”
Não. Não deveria. Existem cinco títulos mundiais nas mãos do Brasil que comprovam, por A + B, que a balada é fator fundamental e necessário dos escretes campeões. E olha que teve seleção brasileira campeã mundial que tinha baladas regulares mesmo durante a copa. Padre não ganha copa, e nem santo do pau oco.
7 – “Neymar é mimado”
Não, não é. A imprensa brasileira que é mimada por interesses internacionais para destruir o futebol nacional, e para isso precisa atacar seu principal jogador. É um senhor mimo que os capitalistas pagam para ter “arenas” ao invés de estádios, banir torcidas organizadas, cobrar ingressos mais caros, comprar todos os jornalões para terem a mesma opinião, etc.
Aliás, o “mimado” tem só 79 gols pela seleção brasileira. À frente de Ronaldo: 62 gols, Romário: 55 gols, e a lista segue com Zico, Bebeto, Rivaldo e outros. Estaria à frente de Pelé, se considerarmos somente os jogos oficiais.
8 – “Críticos do Neymar são os que mais querem vê-lo jogando”
Mentira. Os críticos do jogador são os que ficaram felizes com todas as lesões pelas quais Neymar passou. São os que montaram todas as farsas possíveis para afundar Neymar e enaltecer os europeus. Casagrande é um europeu, mas nascido no Brasil. Em outras palavras, um capacho de gringo.
Mesmo assim, até o bajulado europeu Pepe Guardiola já mencionou o problema: “Estão esperando para que falhe. É assim (…) Há sido sempre assim. No Brasil, com Pelé, Romário, Ronaldo, Rivaldo, agora com Neymar. Com todos. Sempre foi assim e sempre será”. Casagrande espera que Neymar falhe.
9 – O “utópico hexa”
Encerra, Casagrande, demonstrando que não é crítico do Neymar. Na realidade é contra o futebol brasileiro de conjunto:
“Estamos a um ano e meio da Copa do Mundo de 2026, e se ele não voltar a jogar em alto nível, mas principalmente sem nenhuma sequela em seu joelho, será difícil que ele ajude na caminhada para um utópico hexa”.
Faltando um ano e meio para a Copa do Mundo, Casagrande considera o título “utópico”, ou seja, ele não está torcendo pela seleção, ele está contra a seleção.
Mas todos os títulos da Copa do Mundo foram assim: a imprensa nacional sempre atacou a seleção brasileira às vésperas. É uma espécie de roteiro e Casagrande já deu a largada. Se a mandinga de sempre funcionar, o “utópico” Hexa vem, e com Neymar no comando.