Na quinta-feira (16), o governo Netaniahu anunciou que não assinaria o acordo de cessar-fogo que foi anunciado por todos os mediadores, EUA, Catar e Egito, e também pelo Hamas. O motivo seria que supostamente o Hamas mudou de posição de última hora, algo que não aconteceu. A realidade, no entanto, parece ter relação com uma crise na base do governo.
O partido Sionismo Religioso, base do governo Netaniahu, publicou uma nota: “o partido apoia as demandas do presidente do partido, Ministro Bezalel Smotrich, ao primeiro-ministro Benjamin Netaniahu, para garantir o retorno de Israel à guerra para destruir o Hamas e o retorno de todos os reféns, incluindo uma mudança no conceito de vitória decisiva, imediatamente após a conclusão da primeira fase do acordo”. E ainda afirma que isso é “condição para o partido permanecer no governo e na coalizão”.
A retirada do Sionismo Religioso da base do governo Netaniahu, junto a seu partido aliado, o Poder Judeu, levaria o primeiro-ministro a perder a maioria e assim o governo teria de ser dissolvido.
Falando à rádio Kan antes da reunião, o parlamentar do Sionismo Religioso, Zvi Sukkot, disse que “com toda probabilidade, vamos sair do governo”.
Segundo um relatório não confirmado pelo Canal 14, o atraso na convocação do gabinete para aprovar o acordo se deu porque Netaniahu está aguardando uma garantia explícita de que Smotrich não deixará o governo.
A questão da extrema direita sempre foi crucial para a assinatura do acordo. Em todas as tentativas anteriores esse bloco afirmou que deixaria o governo caso o acordo fosse assinado. Desta vez Smotrich não fez a ameaça o que permitiu o acordo avançar.
No entanto, Smotrich parece ter voltado a sua posição inicial e ameaça causar a dissolução do governo caso o cessar-fogo passe para a sua 2ª fase.