O governo sul-coreana prendeu o presidente Yoon Suk Yeol para interrogatório sob acusações de liderar uma insurreição devido à sua breve imposição de lei marcial no mês passado.
Um mandado de detenção contra Yoon foi executado logo após às 10h30 da manhã, horário local, na quarta-feira (15).
“Para evitar um incidente infeliz e violento, decidi comparecer ao CIO, embora eu acredite que a investigação seja ilegal”, disse Yoon em uma mensagem em vídeo gravada em sua residência no centro de Seul. “O estado de direito entrou em colapso completamente neste país”, acrescentou.
No dia 3 de dezembro de 2024 ele tentou realizar um golpe de Estado com apoio dos militares. Yoon declarou a lei marcial, citando ameaças de forças “anti-estatais”. O golpe, no entanto, foi rapidamente derrotado, o que levou ao seu impeachment pela Assembleia Nacional no dia 14 de dezembro, com um voto de 204 a 85.
O Tribunal Constitucional está atualmente deliberando sobre a possibilidade de removê-lo permanentemente do cargo, uma decisão que deve ser tomada dentro de 180 dias.
Após seu impeachment, Yoon se encastelou na residência presidencial na capital Seul, levando as autoridades a tentarem várias vezes detê-lo para interrogatório. Uma tentativa inicial em 3 de janeiro foi frustrada pelo Serviço de Segurança Presidencial. Os apoiadores de Yoon protestaram contra sua detenção, e houve confrontos com as forças do governo.
Na segunda tentativa, em 15 de janeiro, unidades policiais cercaram o complexo presidencial ao amanhecer e montaram bloqueios de estrada para impedir que os apoiadores interferissem.
Após horas de negociações, os advogados de Yoon confirmaram que ele havia concordado em se entregar voluntariamente para evitar uma maior escalada.