Cuba

Apesar da vitória, bloqueio em Cuba continua

Danos causados a Cuba desde a imposição do bloqueio somam US$1,499 trilhão e essa política genocida continua ativa

A exclusão de Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, anunciada pela Casa Branca (sede do governo norte-americano), é um avanço, porém tardio e de alcance limitado, especialmente considerando o impacto devastador do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de 60 anos. Esse bloqueio criminoso já causou perdas acumuladas de aproximadamente US$1,499 trilhão, considerando o valor do dólar frente ao ouro, segundo o governo cubano. Apenas nos últimos 18 anos, as perdas alcançaram US$ 252 bilhões, afetando profundamente a economia e a vida cotidiana do povo cubano.

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, reconheceu a importância da decisão, mas alertou sobre sua insuficiência: “Agradeço a todos os que contribuíram para a decisão anunciada hoje pelos EUA de excluir Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, na qual nunca deveria ter estado. Essa inclusão, juntamente com outras medidas adotadas, teve um alto custo para o país e para as famílias cubanas”. Ainda assim, Díaz-Canel destacou que o bloqueio econômico e a maioria das medidas extremas implementadas desde 2017 para sufocar a economia cubana permanecem em vigor, prejudicando o desenvolvimento do país.

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba também classificou a exclusão como um passo na direção correta, mas destacou que a essência da política contrarrevolucionária dos EUA persiste. Uma medida genocida, voltada a atacar a população civil, o bloqueio econômico restringe severamente o comércio e as possibilidades de desenvolvimento da Ilha, o que continua sendo uma violação flagrante do Direito Internacional e dos direitos humanos.

O bloqueio limita o acesso de Cuba a bens básicos como alimentos, medicamentos e equipamentos essenciais para saúde, educação e infraestrutura. A chancelaria cubana denunciou a perseguição ilegal a suprimentos de combustível e aos acordos de cooperação médica internacional, que são fundamentais para milhões de pessoas ao redor do mundo. Recentemente, entre 18 e 23 de outubro de 2024, famílias cubanas enfrentaram dias de apagões prolongados, falta de água corrente e hospitais operando em condições de emergência devido à escassez de recursos para manutenção da infraestrutura energética.

Segundo o chanceler Bruno Rodríguez Parrilla, o impacto econômico é devastador: “Os danos causados a Cuba pelo bloqueio superam US$ 1,6 bilhão em apenas quatro meses, valor suficiente para garantir uma cesta básica anual para todas as famílias cubanas. Enquanto isso, a compra de insulina necessária para tratar todos os pacientes diabéticos do país custa US$ 12 milhões – um valor menor do que as perdas diárias causadas pelo bloqueio”.

Apesar das adversidades, Cuba continua a buscar alternativas e a reforçar sua cooperação internacional, como as parcerias com a Venezuela, para mitigar os efeitos do isolamento econômico. A Assembleia Geral da ONU, em outubro de 2024, reiterou o apelo global pelo fim do embargo, com 187 votos a favor e apenas dois contra (Estados Unidos e “Israel”). “Deixem Cuba viver; deixem Cuba viver em paz”, pediu Parrilla à comunidade internacional.

O bloqueio não apenas isola Cuba, mas também envia uma mensagem clara de retaliação imperialista a qualquer nação que desafie a hegemonia estadunidense. Como destacou Díaz-Canel, “não renunciaremos a desenvolver uma relação civilizada e respeitosa da nossa soberania com os EUA, mas continuaremos enfrentando e denunciando a guerra econômica e as ações de ingerência”.

A exclusão de Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo é uma vitória simbólica diante da pressão popular, mas não atenua os efeitos devastadores do bloqueio econômico. O imperialismo norte-americano continua a punir a ilha por sua escolha soberana de trilhar um caminho independente. O mundo clama por justiça, mas a resistência cubana é a maior prova de que a dignidade e a autodeterminação não serão sufocadas. Como enfatizou Parrilla: “O direito à alimentação e à vida em paz é um direito humano, e Cuba continuará lutando por ele”.

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