HISTÓRIA DA PALESTINA

Herbert Samuel: O primeiro governador da Palestina britânica

Judeu, Samuel havia promovido o sionismo dentro do Gabinete Britânico, começando com seu memorando de 1915 intitulado "O futuro da Palestina"

Herbert Samuel nasceu em 6 de novembro de 1870, em Toxteth, Liverpool, Reino Unido, proveniente de uma família rica de banqueiros. Ele foi o primeiro judeu nominalmente praticante a servir como ministro do Gabinete e a se tornar o líder de um grande partido político britânico (Partido Liberal). Samuel morreu 1963, aos 92 anos.

O banqueiro sionista entrou no Parlamento pela primeira vez em 1902 com o Partido Liberal, então a principal oposição aos Conservadores (antes da ascensão do Trabalhismo). Samuel havia promovido o sionismo dentro do Gabinete Britânico, começando com seu memorando de 1915 intitulado The Future of Palestine (O futuro da Palestna). Em 1920, ele foi nomeado o primeiro Alto Comissário para a Palestina, encarregado da administração do território.

Ainda em 1915, apresenta a ideia de estabelecer um protetorado britânico sobre a Palestina, uma ideia que influenciaria a Declaração de Balfour. Em janeiro de 1915, o parlamentar fez circular O Futuro da Palestina para seus colegas de gabinete, sugerindo que a Grã-Bretanha deveria conquistar a Palestina para proteger o Canal de Suez contra potências estrangeiras e para que a Palestina se tornasse um lar para o povo judeu.

O memorando afirmava: “Estou certo de que a solução para o problema da Palestina, que seria muito mais bem-vinda para os líderes e apoiadores do movimento sionista em todo o mundo, seria a anexação do país ao Império Britânico”.  Em 1917, a Grã-Bretanha ocupou a Palestina (então parte do Império Otomano) durante a Primeira Guerra Mundial. Samuel perdeu sua cadeira na eleição de 1918 e se tornou um candidato para representar os interesses britânicos no território.

Ele foi nomeado para o cargo de Alto Comissário em 1920, antes que o Conselho da Liga das Nações aprovasse um mandato britânico para a Palestina. No entanto, o governo militar retirou-se para o Cairo em preparação para o esperado Mandato Britânico, responsável por consolidar as colônias britânicas na região, o que foi finalmente concedido dois anos depois pela Liga das Nações.

A nomeação de Samuel para Alto Comissário para a Palestina foi controversa. Enquanto os sionistas saudaram a nomeação de um judeu sionista para o cargo, o governo militar, liderado por Edmund Allenby e Louis Bols, chamou a nomeação de Samuel de “altamente perigosa”. Samuel teria chegado no Porto de Jaffa em julho de 1920.

A “sabedoria” de nomear Samuel foi debatida na Câmara dos Lordes um dia antes de ele chegar à Palestina. Lord Curzon disse que nenhuma observação “depreciativa” foi feita durante o debate, mas que “dúvidas muito sérias foram expressas quanto à sabedoria de enviar um administrador judeu ao país neste momento”. Três meses após sua chegada, o The Morning Post comentou: “A nomeação de Sir Herbert Samuel como Alto Comissário foi considerada por todos, exceto pelos judeus, como um erro grave”.

Como Alto Comissário, Samuel tentou mediar entre os interesses sionistas e árabes, agindo para desacelerar a imigração judaica e ganhar a confiança da população árabe. Ele esperava ganhar a participação árabe nos assuntos do mandato e proteger seus direitos civis e econômicos, mas recusou-lhes qualquer autoridade que pudesse ser usada para impedir a imigração judaica e a compra de terras.

O Primeiro de Maio de 1921 trouxe uma explosão de violência dentro e ao redor de Jaffa que ofuscou qualquer coisa vista no ano anterior: quase 50 judeus mortos e 150 feridos em seis dias de derramamento de sangue, e um número similar de árabes mortos por tropas e policiais britânicos. Por mais chocantes que Nebi Musa tenha sido, os tumultos de Jaffa de 1921 foram o primeiro evento mortes em massa da Palestina.

Depois que os britânicos conquistaram a Palestina, Samuel escolheu Haj Amin al Husseini, que mais tarde provou ser um espinho no lado da administração britânica na Palestina. Samuel voltou para a Grã-Bretanha em 1926, porém só retornou a Câmara dos Comuns em 1929 após a eleição geral.

Em 1937, ele recebeu o título de Visconde Samuel; mais tarde naquele ano, Samuel, apesar de sua ascendência judaica, alinhou-se à política de apaziguamento do Primeiro Ministro Neville Chamberlain em relação a Adolf Hitler, pediu que a Alemanha fosse inocentada de sua culpa de guerra de 1914 e recomendou o retorno das colônias alemãs perdidas após a guerra.

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