Segundo dados divulgados pelo site “Auditoria Cidadã da Dívida” na última quinta-feira (9) revela, mais uma vez, o quanto o dinheiro público está à mercê dos interesses dos grandes banqueiros nacionais e internacionais.
Os dados mostram que o “governo gasta R$411 bilhões (99,96% dos gastos) com juros e amortizações da dívida, e estuda regra mais dura para investimentos sociais”. (Site auditoriacidada.org.br)
A matéria da Auditoria Cidadã cita o jornal Valor Econômico onde noticia que o “governo estuda Decreto com regras mais duras para investimentos sociais, liberando para este início de ano apenas 1/18 avos da previsão anual de despesas discricionárias (despesas não obrigatória do governo ndr), para cada Ministério.
“Porém, ao mesmo tempo, o governo já gastou, em apenas 6 dias do ano de 2025, R$ 411 bilhões de juros e amortizações da dívida, o que representa 99,96% de todos os gastos até essa data, e 16% de toda a previsão anual desse tipo de gasto (R$ 2,528 Trilhões), que por sua vez representa 44% de todo o orçamento previsto para 2025.(Fonte:https://www1.siop.planejamento.gov.br/painelorcamento/ )”. (Idem)
A Coordenadora Nacional da Associação, sem fins lucrativos, Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), Maria Lucia Fattorelli, ressalta os graves problemas da condução da política econômica e monetária no Brasil. Para Fattorelli, conforme dados do próprio Banco Central, nos 12 meses encerrados em novembro de 2024 o valor de R$918 bilhões referentes ao pagamento de juros sobre a dívida de todo setor público, incluindo estados e municípios, foram para os cofres dos banqueiros.
“Explicou que isso decorre principalmente das elevadíssimas taxas de juros praticadas no país, por culpa do Banco Central, que usa a desculpa de que estaria controlando a inflação, porém, “o tipo de inflação que existe no Brasil não é controlado quando se eleva a taxa de juros, afirmou.Ela ressaltou que fatores como o alto preço dos combustíveis, da energia elétrica e dos alimentos são os verdadeiros motores da inflação no país. E questionou: “Quando o Banco Central sobe a taxa dos juros, o preço dos alimentos vai cair? O preço do combustível vai cair? O preço da energia vai cair? Claro que não! ”Outro ponto alarmante levantado foi o fato de que uma parte desse gasto de quase R$1 trilhão com juros no ano passado foi pago por meio da emissão de novas dívidas, elevando o seu estoque”. (Idem)
Para pagar a “dívida” interna e externa aos bancos internacionais e aos especuladores financeiros e subsidiar os grande capitalistas, o governo Lula, que se encontra nas cordas, apanhando por todos os lados pela direita golpista, tanto dentro quanto fora do governo, aprofunda os cortes nos gastos públicos com serviços essenciais para a população e com cortes nos benefícios sociais do setor mais necessitado dos trabalhadores. Enquanto engorda os bolsos dos banqueiros com o pagamento dos juros da dívida pública, por outro lado penaliza os trabalhadores com o famigerado pacote de medidas, da equipe econômica do governo, através da revisão dos benefícios, como o Proagro, seguro para pequenos e médios produtores rurais, a Previdência, com a revisão de benefícios por incapacidade temporária e permanente, etc.
Além de cortar gastos com os trabalhadores e a população mais carente que, no frigir dos ovos, recursos esses irão direto para os banqueiros, por outro lado, apenas no período de 2024/2025, o governo, através do Banco do Brasil, prevê a liberação de R$260 bilhões em financiamentos para o agronegócio.
A solução de grande parte das reivindicações dos trabalhadores e da população em geral depende da solução radical do problema da dívida pública. Os juros já pagos ao longo de décadas já foram suficientes para pagar mais do que o total da dívida contraída. O pagamento da dívida através dos famigerados planos econômicos é, na verdade, a transferência do dinheiro dos trabalhadores para os especuladores financeiros nacionais e internacionais. Esse pagamento é responsável pela sangria dos recursos nacionais para a sustentação de meia dúzia de parasitas capitalistas, principalmente dos monopólios internacionais, de um sistema econômico em profunda crise.
Neste sentido, contra a devastação da economia nacional e das condições de vida das massas pelo imperialismo, é necessário lutar pelo total desconhecimento da dívida pública.