A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ameaçou acionar a Comissão de Ética do Partido dos Trabalhadores (PT) contra o atual vice-presidente da legenda e prefeito da cidade carioca de Maricá, Washington Quaquá, por publicação feita nas suas redes sociais em defesa do deputado Chiquinho Brazão, preso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco.
Quaquá recebeu em seu gabinete os filhos do deputado e escreveu em uma postagem no seu perfil no X, junto a uma foto sua com a família Brazão, que “não há sequer uma prova contra o deputado”, discorrendo ao longo da postagem a sua opinião sobre a prisão do deputado do União Brasil. A despeito de que o que diz Quaquá sobre a prisão de Brazão ser correto ou não, assunto sobre o qual este Diário já discorreu anteriormente, a pressão pelo enquadramento e até expulsão de Quaquá do PT encontra eco dentro do partido por razões anteriores a essa.
Na verdade, é curioso, inclusive, que a dita ministra da “Igualdade Racial” tenha se manifestado contra Quaquá agora mas ignorado quando o mesmo Quaquá declarou, em uma entrevista coletiva após tomar posse como prefeito reeleito da cidade de Maricá, que “lugar de bandido que rouba pobre é na vala comum” e outras variantes da máxima da extrema direita “bandido bom é bandido morto”que, levada a cabo pelas mãos da polícia fascista, atinge principalmente a população pobre e preta desse país.
A franca identidade de Quaquá com a extrema direita já é um fato consumado. Além das constantes declarações de cunho bolsonarista, o prefeito de Maricá também abraça, literalmente e desavergonhadamente o bolsonarismo. As atitudes de Quaquá são uma evolução à direita da já bastante direitista política de frente ampla do PT, que atualmente abraça figuras tão nefastas quanto o próprio Bolsonaro, como por exemplo o atual vice-presidente Geraldo Alckmin, conhecido por bater em professor e ter uma política draconiana sobre os pobres.
Portanto, o movimento dentro do Partido dos Trabalhadores para a expulsão de Quaquá é interessante enquanto passo inicial para que o PT rompa com a frente ampla, pois longe de ser o único, mas Quaquá é apenas um de uma longa lista de figuras direitistas que atuam como verdadeiros infiltrados dentro do Partido dos Trabalhadores, dentre os quais está a própria ministra Anielle Franco.
