Em uma matéria extremamente cínica até mesmo para os padrões de O Estado de S. Paulo, o jornal da Família Mesquita resolveu publicar, em 8 de janeiro, um editorial com o título Culpado por ser israelense. O texto, conforme o título deixa claro, é uma tentativa grotesca de apresentar o criminoso de guerra Yuval Vagdani como um pobre coitado, como alguém que estaria sendo perseguido no Brasil.
Diz o jornal:
“Ele decidiu passar as férias de fim de ano na Bahia. Mas, embora tenha entrado regularmente no País, o militar mal pôde aproveitar o verão brasileiro e a hospitalidade do povo baiano. Para vergonha de todos os que prezam o Estado Democrático de Direito, aqui o turista foi tratado pelo Judiciário como suspeito de ter cometido crime gravíssimo sem que sobre ele pesasse qualquer acusação formal em seu país ou fora dele.”
Ao contrário da choradeira do Estadão, o sionista não foi considerado culpado por absolutamente nada. Ele simplesmente passou a ser investigado – o que seria esperado de qualquer país. Afinal, não faltam provas de que Yuval Vagdani estivesse envolvido diretamente no massacre de crianças palestinas. Vagdani não foi condenado, nem punido.
O que o Estadão não diz é que, no Brasil, vigora um tratamento muito diferente àqueles que não têm as costas quentes, como os sionistas. Palestinos que vêm ao Brasil são todos tratados como criminosos, e muitas vezes sequer conseguem asilo no país, mesmo vivendo em um território onde está acontecendo uma limpeza étnica. Há casos, inclusive, que, por interferência direta e pública dos serviços de inteligência de “Israel” e dos Estados Unidos, palestinos foram impedidos de entrar no país.
E não precisa ser palestino para ser perseguido no Brasil. O que dizer de Lucas Passos Lima, brasileiro preso e condenado a 16 anos de cadeia, pelo simples fato de ter viajado ao Líbano?
A choradeira do Estadão, além de cínica, tem um objetivo muito claro. Ao sair em defesa de Yuval Vagdani, o jornal está defendendo que o regime brasileiro se torna ainda mais refém do sionismo. Que casos como o de Lucas Passos Lima, como o do jornalista condenado Breno Altman ou do Partido da Causa Operária (PCO), ameaçado de ter seu registro cassado, se tornem cada vez mais comuns.
É a defesa da repressão a todos os que se colocam contra o sionismo. É a defesa, portanto, dos crimes de guerra de “Israel”>