Venezuela

PCO participará da posse de Nicolás Maduro

Convidado pelo chavismo, Partido estará presente em evento realizado em meio a grande mobilização popular

– Por Antônio Carlos Silva, da executiva nacional do PCO, diretamente de Caracas

O povo jura com Maduro“. Esta foi a convocação feita pelo governo venezuelano, pelo PSUV (Partido Socialista Unificado de Venezuela), do ex-presidente Hugo Chávez e do presidente Nicolás Maduro, em torno da qual se organizaram centenas de atos e atividades em todo o País, reunindo centenas de milhares de pessoas, ao longo das últimas semanas e que hoje desembocam na posse do presidente eleito para o seu terceiro mandato.

Mobilização popular

A campanha convocando o pouco para sair às ruas e barrar as tentativas de golpe foi feita tendo como eixo anunciado a “fusão da mobilização popular, militar e policial”, para levar adiante a “batalha pela pátria livre, soberana e independente”, como conclamou o próprio presidente em mais de uma oportunidade.

O companheiro Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV e Ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, em seu programa “Con El Mazo Dando” (Batendo com o Martelo), especial de 8/1, com auditório de milhares de pessoas, declarou se dirigindo à direita que convocava para um golpe de Estado: “não estamos brincando, lhes vais doer, estamos dispostos a defender a revolução bolivariana. Se vocês tentarem, lhes garanto que vai doer, ou respeitam a constituição ou terão que assumir sua responsabilidade”.

Os golpistas fizeram um chamado para que se provocasse uma baderna e uma farsa de posse do candidato derrotado nas eleições de Julho para 9/1, que fracassou totalmente diante da mobilização popular.

Menos de 2 mil pessoas

Após semanas de intensa propaganda nas redes sociais, na imprensa capitalista dentro e fora da Venezuela de que no dia ontem, realizariam uma grande mobilização, com centenas de milhares de pessoas, com o claro objetivo golpista de impedir a posse de Maduro e empossar hoje o candidato derrotado da direita fascista, Edmundo Gonzalez, que anunciou que regressaria ao País, a direita reuniu em todo o País, menos de 2 mil pessoas.

Com milhares de cartazes pelo País, nas fronteiras e nas redes sociais, anunciando uma recompensa de 100 mil dólares por informações sobre o seu paradeiro e, principalmente, diante da enorme onda de mobilização popular, o farsante que se reuniu com chefes golpistas como Javier Millei (Argentina); o derrotado presidente Joe Biden (EUA), dentre outros, não conseguiu sequer voltar a colocar os pés na Venezuela de onde fugiu meses atrás depois de comandar uma série de ações golpistas, incluindo ataques a prédios públicos e assassinatos, para procurar criar um clima de terror que favorecesse o golpe.

Junto com a principal chefe da oposição direitista, a ex-deputada Maria Corina Machado, e com milionários recursos do imperialismo eles, em diversos momentos, fizeram campanha para que os Estados Unidos e outros países organizassem um força de invasão contra a Venezuela para derrubar Maduro e empossa Gonzalez.

A ampla denúncia por parte do chavismo desta política entreguista, por meio de uma intensa luta política e da mobilização popular e nos quarteis, com intensa agitação sobre a política lesa pátria dos golpistas que querem entregar o país e as maiores reservas de petróleo certificadas do mundo e a segunda maior reserva de ouro para o imperialismo, levantou uma ampla mobilização e colocou a direita na defensiva.

É fundamental também, nesse processo de luta, os preparativos das forças armadas e das milícias populares para um enfrentamento, se necessário, contra os golpistas. Mais de 100 mercenários estrangeiros foram  presos no país nos últimos dias, como parte da operação para derrotar o golpe.

Por último, diante do fracasso, até o momento, da operação golpista, a própria Maria Corina, desesperada, divulgou nas redes sociais uma clara fraude: de que estava sendo sequestrada pelo governo chavista, quando sequer havia sido detida pela polícia, depois de participar dos atos fracassados.

Como parte dessa operação claramente orquestrada, a venal imprensa  capitalista tratou de divulgar a sua versão.

No Brasil, o Portal G1, dentre outros do PIG (Partido da Imprensa Golpista) divulgou a versão fantasiosa da direita, anunciando que “María Corina Machado é libertada após ser detida em manifestação contra Maduro” .

Na Espanha, o imperialista, anunciou o ato minúsculo da oposição fascista, como uma grande manifestação, chegando a manchetear que “os opositores venezuelanos desafían coletivos chavistas e policías para ver a María Corina Machado”. O mesmo se viu por quase todo o Mundo. E nada poderia ser mais falso.

A suposta prisão/sequestro de Corina voltou a servir de pretexto para que a oposição fascista e lideranças da direita voltassem a defender a intervenção na Venezuela e o não reconhecimento do legítimo governo de Nicolás Maduro. Ao mesmo tempo em que chegam ao país chefes de Estado e representantes de países importantes que se enfrentam com o imperialismo, como Cuba, Rússia, Nicaraguá, etc, se somando a mais de mil convidados internacionais que desde ontem participam do econtro da Internacional Antifascista, em Caracas.

Unidade

Países com maior independência do imperialismo, a posição é clara. China, Rússia, Cuba, Honduras, Irã, Síria e Nicarágua reconheceram a vitória de Maduro, parabenizaram o presidente e ainda destacaram a importância de manter as parcerias entre os países atrasados para uma “nova ordem mundial”. Essa posição, inclusive, é a mesma apresentada pelo próprio Maduro em seu programa, prometeu a “inserção e a liderança da Venezuela na nova configuração mundial”.

A única posição consequente da esquerda é denunciar a tentativa de golpe na Venezuela, apoiar – incondicionalmente  – o governo Maduro e o povo venezuelano no enfrentamento com a direita e convocar a unidade na luta e a mobilização para expulsar o imperialismo da América Latina!

A mobilização em torno da posse de Maduro e a derrota da direita fascista e pró-imperialista é uma vitória não só do povo venezuelano, mas de todos os que enfrentam a contra ofensiva imperialista que ameaça o mundo com golpe e guerras de proporções ainda maiores que as atuais, diante do avanço da crise histórica do capitalismo.

 

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