Nesta sexta-feira (10), o presidente venezuelano Nicolás Maduro tomará posse para mais um mandato de seis anos. Essa é a terceira vez que Maduro será empossado.
Líder operário e militante dos grandes levantes do povo venezuelano na luta contra o neoliberalismo, Maduro se tornou presidente após a morte do comandante da chamada Revolução Bolivariana, Hugo Chávez. Maduro é, portanto, a continuidade deste processo de características revolucionárias.
É justamente por ser parte de um processo nacionalista bastante radical, que se choca diretamente com os interesses do imperialismo, que Maduro vem, há anos, sofrendo tentativas de golpe de Estado. O imperialismo já planejou o seu assassinato, já enviou mercenários para invadir o país e, mais recentemente, tentou comprar as eleições para que a extrema direita se saísse vitoriosa.
A derrota da extrema direita nas urnas e a posse de Maduro são, portanto, vitórias do povo venezuelano contra o imperialismo. Derrotar o fascista Edmundo González, mesmo com todo o apoio do imperialismo e toda a pressão da imprensa imperialista contra o país, foi um grande demonstração de força da mobilização chavista contra os inimigos da Venezuela. Da mesma forma, expulsar González do país foi uma vitória.
Após o Conselho Nacional Eleitoral decretar a vitória de Maduro, a extrema direita saiu às ruas para tentar criar as condições para um golpe de Estado. Os chamados “guarimberos” usaram da mais extrema violência na tentativa de intimidar os militantes chavistas. Ao mesmo tempo, a “diplomacia” norte-americana procurou cooptar todos os países latino-americanos para que assumissem uma posição hostil a Maduro, isolando a Venezuela e facilitando uma invasão ou mesmo uma traição dos militares.
A pressão não funcionou. Por isso, a posse de Maduro representa uma vitória. Mostra que o imperialismo, mesmo estando em uma contraofensiva, pode ser derrotado.
A vitória do povo venezuelano é especialmente educativa para o governo brasileiro. Lula, pressionado pela política interna, tem aderido a uma política de cada vez mais colaboração com o imperialismo, na esperança de que isso diminua os ataques contra o seu governo. Essa capitulação chegou ao ponto de o governo assumir uma posição vergonhosa no que diz respeito às eleições venezuelanas.
Fato é que se um país muito mais pobre como a Venezuela vem conseguindo peitar o imperialismo e resistir às suas chantagens, o Brasil também conseguiria. É preciso abandonar qualquer ilusão com o imperialismo e unir-se aos países que, a exemplo da Venezuela, da Rússia e da China, estão buscando a sua libertação.