Em seu perfil oficial no X, o ex-militar israelense nascido no Brasil e atual lobista da ditadura sionista André Lajst recuperou um vídeo trazendo declarações de um dos maiores criminosos do século XX, o ex-presidente democrata Bill Clinton. Na ocasião, dedicado a tentar amenizar a radicalização dos jovens norte-americanos contra a ditadura sionista, Clinton afirma que Iasser Arafat recusou uma “oportunidade única na vida” de criar um Estado palestino em 2000. Tomando como verdadeiras as declarações de um mentiroso notório como Clinton, Lajst destaca em sua publicação:
“No dia 4 de dezembro, o ex-presidente dos EUA Bill Clinton afirmou que os jovens americanos têm dificuldade de acreditar que o líder palestino Yasser Arafat recusou a criação de um Estado palestino durante negociações de paz mediadas por ele em 2000. Segundo Clinton, Arafat rejeitou uma proposta ‘única na vida’ em Camp David e, por isso, ‘não se pode reclamar 25 anos depois que as portas não estão mais abertas’.
Em entrevista no evento DealBook Summit, organizado pelo The New York Times, Clinton classificou a recusa como uma das grandes tragédias do século 21. Ele explicou que a proposta incluía um Estado palestino com capital em Jerusalém, 96% da Cisjordânia e 4% de Israel como compensação territorial. A recusa ocorreu seis semanas antes do fim de seu mandato.”
Ora, esses mesmos jovens têm dificuldade de acreditar nele por uma razão bastante simples: porque Clinton é um notório mentiroso, tendo quase sofrido um impeachment, inclusive, por cometer perjúrio. Não apenas em casos referentes às suas taras, mas toda a política de Clinton foi firmada com base em mentiras, como as que acabaram com a antiga Iugoslávia.
Outra mentira produzida pelo governo Clinton foram os famigerados Acordos de Oslo. Com a criação da Autoridade Palestina, Arafat e a OLP já haviam aceitado um papel de submissão política sete anos antes da suposta reunião mencionada por Clinton, em 1993, quando a entidade foi criada para se tornar essencialmente uma polícia política a serviço da ditadura sionista. Apresentados como uma vitória para a causa palestina, esses acordos tiveram como principal resultado o fim da Primeira Intifada, desmobilizando a resistência popular enquanto “Israel” seguia colonizando a Cisjordânia e sufocando Gaza.
Clinton tenta reescrever o passado, omitindo que os Acordos de Oslo foram usados para consolidar a ocupação e fortalecer o domínio sionista sobre o território palestino. Não há razão para acreditar que em Camp David, em 2000, “Israel” estivesse oferecendo algo real.
Mesmo que os termos da tal proposta fossem diferentes, é difícil acreditar que “Israel” e o imperialismo estivessem dispostos a cumprir qualquer acordo minimamente benéfico aos palestinos. Desde Oslo, a ditadura sionista não fez nada além de intensificar sua política genocida. A brutalidade extrema, as demolições de casas, os cercos militares e os bombardeios indiscriminados apenas reafirmam o comprometimento de “Israel” em esmagar os palestinos e repetir, sem qualquer pudor, os horrores do nazismo contra outra população oprimida.
Nada disso, no entanto, justifica o genocídio em curso. Se houvesse qualquer intenção real de convivência pacífica com o povo palestino, o enclave imperialista não estaria hoje focado em exterminar mulheres e crianças palestinas em uma campanha de terror para alcançar seus objetivos políticos. As ações de “Israel” revelam o contrário: a busca por uma solução final que elimine o povo palestino de sua terra natal.
O cinismo de gente como Lajst, que se alinha à defesa do genocídio sob o pretexto de proteger “Israel”, é tão grotesco quanto as justificativas de Clinton. O lobista tenta dar legitimidade à barbárie com falsos apelos à racionalidade, agarrando-se a qualquer mentira para sua debochada propaganda em defesa da ditadura sionista.
Esse apoio velado à matança em massa revela não apenas uma cumplicidade descarada, mas também o tamanho da desfaçatez dos sionistas, capazes de falar qualquer loucura para defender a manutenção de uma invasão criminosa e do genocídio.