O Pentágono revelou que há cerca de 2.000 soldados dos Estados Unidos na Síria, mais que o dobro do número oficialmente divulgado anteriormente, de aproximadamente 900 tropas. A informação foi apresentada pelo Secretário de Imprensa do Pentágono, General Pat Ryder, no último dia 19 de dezembro, destacando que o aumento ocorreu sem anúncio público.
“Temos informado regularmente que há cerca de 900 tropas dos EUA na Síria. No entanto, devido à situação atual no país e aos interesses significativos, aprendemos recentemente que esse número é maior. Hoje, soubemos que são aproximadamente 2.000 soldados”, afirmou Ryder. Ele ainda apontou que o aumento não foi recente e incluiu forças temporárias para “exigências de missão em mudança”.
Desde o início do genocídio promovido por Estados Unidos e “Israel” contra o povo palestino em Gaza, o Pentágono intensificou o reforço de suas bases na Síria, justificando suas ações como resposta aos ataques de grupos de resistência iraquianos. Observadores locais já apontavam que o número real de tropas norte-americanas na Síria ultrapassava os 900 oficiais anunciados, alcançando cifras próximas das confirmadas recentemente.
A ocupação ilegal dos EUA e o saque de recursos sírios
A presença militar norte-americana na Síria remonta a novembro de 2015, quando tropas foram enviadas sob a justificativa de “prevenir o retorno do Estado Islâmico (EI)”. A ocupação ocorreu dois meses após o governo sírio solicitar apoio militar à Rússia, que passou a atuar ao lado do Exército Sírio, das forças iranianas e do Hesbolá no combate ao avanço do EI. No entanto, sob a cobertura de combate ao terrorismo, os Estados Unidos e milícias curdas aliadas assumiram o controle do nordeste da Síria, região rica em recursos naturais.
Os soldados norte-americanos permanecem ilegalmente no país, pilhando recursos como petróleo e grãos. De acordo com Jennifer Cafarella, do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), a ocupação dos campos de petróleo mais produtivos do país representa um ativo estratégico para os EUA. A declaração do ex-presidente Donald Trump, em 2019, reforçou esse interesse: “queremos trazer nossos soldados para casa, mas deixamos alguns porque estamos ficando com o petróleo. Eu gosto de petróleo. Estamos ficando com o petróleo”.
Além disso, os EUA mantêm centenas de tropas na base militar de Al-Tanf, localizada na tríplice fronteira entre Síria, Iraque e Jordânia, outro ponto estratégico para consolidar sua influência na região.