Na terça-feira (17), na comunidade de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, uma policial militar foi flagrada dando chutes em um homem rendido com as mãos para trás. Nas imagens obtidas pela TV Globo, dois policiais abordaram a vítima e, a partir daí, a violência teve início.
“Sai do carro, se não eu vou matar todo mundo nessa porra”, ameaçou um dos PMs. O motorista não parou, e os policiais efetuaram um disparo — o primeiro crime. Em seguida, uma agente se aproximou de outro cidadão e começou a desferir chutes no homem, que já estava deitado e com as mãos presas.
“Não se mexa, filho da puta”, gritou a policial. Fugir significaria levar um tiro pelas costas; parar implicava tortura e humilhação. Apesar disso, a cúpula da Polícia Militar insiste em afirmar que seus agentes “não recebem esse tipo de treinamento”. Quem acredita?
Esse não foi o primeiro caso e, certamente, não será o último. A cada novo episódio, a cúpula da PM adota a mesma postura: emite desculpas cínicas e alega que as ações dos policiais não condizem com os protocolos da corporação.
Em seguida, anuncia investigações preliminares para apurar os fatos e punir os envolvidos. No entanto, essas práticas violentas seguem crescendo, evidenciando a incapacidade ou falta de vontade da instituição de lidar com o problema.
Nas últimas semanas, a violência policial em São Paulo tem aumentado significativamente, agravando a crise no governo do bolsonarista Tarcísio Freitas (Republicanos), Governador do Estado. Apenas nos últimos 30 dias, 45 policiais militares foram afastados devido a condutas abusivas.
Recentemente, o país ficou chocado com o caso de um PM que arremessou um trabalhador de uma ponte na Vila Clara, também na Zona Sul da capital paulista. Em Barueri, agentes da mesma corporação agrediram uma idosa e aplicaram um mata-leão em seu filho.
Esses episódios, protagonizados por profissionais que supostamente “recebem bons ensinamentos nos batalhões”, reforçam a percepção de que a Polícia Militar é uma instituição profundamente disfuncional e violenta.
Diante de tamanha barbaridade, Tarcísio Freitas, que é um conhecido defensor da Polícia Militar, tentou recuar para preservar sua imagem, declarando que se arrepende “muito da postura reativa” que adotou em relação às câmeras corporais.
O Brasil não pode mais tolerar essa máquina de violência e assassinatos que é a PM. Seu papel tem sido o de massacrar e silenciar a população, especialmente a classe trabalhadora, em benefício dos interesses da burguesia. É urgente travar uma luta decidida contra esses crimes e promover um modelo alternativo de segurança pública — um sistema organizado, treinado e gerido pela própria população. O fim de todo aparato repressivo (a PM entre eles, mas não o único) é essencial para que a classe operária não continue sofrendo nas mãos desses agentes de violência institucional.
.
Não é ‘despreparo’, a PM é uma máquina de matar gente