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Cisjordânia

Batalha de Jenin: AP reforça ataque truculento contra Resistência

As ações da AP em Jenin não deixam dúvidas sobre seu papel enquanto força corrupta e repressora, alinhada aos interesses do Estado nazista de "Israel"

A ofensiva da Autoridade Palestina (AP) contra os combatentes da Resistência no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, tornou-se ainda mais truculenta nesta semana. Segundo a emissora catarense Al Jazeera e canais independentes no Telegram, a população do campo está revoltada com as ações coordenadas pelas forças de segurança da AP, denunciando que a Autoridade Palestina está operando sob orientação direta dos Estados Unidos e em coordenação com “Israel”.

Na última quarta-feira (18), fontes ligadas ao Hamas informaram à Al Jazeera que a maior parte das negociações sobre um cessar-fogo em Gaza já foram resolvidas, mas a situação na Cisjordânia segue caótica. A rebelião do território palestino em apoio aos compatriotas em Gaza foi respondida com uma escalada de repressão interna que contrasta com a propaganda mentirosa de que a entidade criada após os Acordos de Oslo se dedica à proteção da população palestina.

Com cerca de 24 mil refugiados espremidos em menos de meio quilômetro quadrado, o campo de Jenin enfrenta um cerco total da AP desde o dia 14 de dezembro. Além de cortes de água e energia, ambulâncias estão impedidas de entrar ou sair, agravando o sofrimento dos feridos em confrontos constantes, repetindo o mesmo padrão genocida usado pelas forças nazistas de “Israel”.

Repressão e revolta

Os movimentos revolucionários ligados à Resistência, como as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa e o Batalhão de Jenin, reagiram às incursões da AP. Confrontos diretos entre combatentes e as chamadas “forças de Dayton”, em referência ao treinamento e financiamento dos EUA às forças de segurança palestinas, são relatados diariamente.

No último dia 19, um canal independente no Telegram informou que soldados da AP residentes do campo de Jenin foram presos após se recusarem a participar do ataque contra a Resistência. O órgão informa ainda que os oficiais da entidade instruem as tropas a usarem máscaras, fornecendo garantias de impunidade caso assassinem moradores locais. Eis o relato do canal sediado na Cisjordânia:

“Recebemos mensagens de familiares de alguns soldados que trabalham em Jenin, dizendo que seus filhos estão presos na sede da governadoria há duas semanas por se recusarem a participar da campanha contra o campo de Jenin, e que estão proibidos de usar celulares e de contatar suas famílias, e que irão enfrentar um julgamento militar.

Os familiares nos informaram que os soldados escolhidos para a campanha são todos de fora de Jenin, porque têm medo de que os soldados de Jenin vazem informações para os jovens no campo.

Os familiares nos contaram que os oficiais disseram aos soldados que, se eles matassem alguém do batalhão de Jenin ou dos moradores do campo, nós os protegeríamos, e todos vocês estariam mascarados durante a campanha.”

Outro canal no Telegram revelou que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, entrou em contato com Mahmoud Abbas, presidente da AP, para pedir “calma na Cisjordânia”, expondo a subserviência da liderança palestina aos interesses imperialistas. A ação repressiva da AP tem se voltado até mesmo contra manifestações pacíficas, que pedem a união entre os palestinos, como a registrada no vídeo abaixo, publicado por outro canal do Telegram também no último dia 19:

O canal reproduziu o vídeo e informou também que “o número de feridos nos serviços de segurança [controlados pela AP] não foi divulgado, exceto nas fotos vazadas, o que é contrário à sua prática habitual”. As justificativas da AP, de que o ataque visa combater criminosos e mercenários ligados ao Irã, foram desmentidas por moradores e pela própria Resistência.

Segundo o mesmo canal, Mahmoud Abbas destacou que “a operação militar em Jenin tem como objetivo impedir a interferência iraniana nos territórios da AP”, uma declaração que não explica, no entanto, porque o Irã preocupa mais a AP do que “Israel”, que realiza o que muitos consideram a campanha de genocídio mais sanguinária da história. Quem enfrenta a máquina de guerra sionista, no entanto, são os grupos combatidos pela AP, o que evidenciam o caráter criminoso da entidade.

Em declaração à Al Jazeera, Fadi, um morador local, afirmou que as ações da AP têm como objetivo destruir o campo e minar o apoio à Resistência: “ninguém aqui vai desistir da luta. A população está unida em apoio aos combatentes”.

Os órgãos de segurança da AP são responsabilizados pelo assassinato de Rabhi al-Shalabi, um jovem de 19 anos, e de uma criança de 13 anos durante o ataque. Al-Shalabi foi executado enquanto andava de motocicleta, em um caso que gerou revolta nas redes sociais. Na última semana, outro caso emblemático foi o assassinato do comandante das Brigadas de Al-Aqsa, Tarek Al-Doush, em Tulcarém, o que demonstrou ainda mais como a AP age a serviço de “Israel”. Enquanto isso, os combates continuam se desenvolvendo no campo de refugiados:

A AP coordena uma campanha de imprensa para desmoralizar a Resistência, conduzida pela “Unidade de Mídia de Segurança”, subordinada ao chefe da inteligência palestina. Essa unidade teria ligações diretas com o serviço de inteligência de “Israel”, o Shabak.

As ações da Autoridade Palestina em Jenin não deixam dúvidas sobre seu papel enquanto força corrupta e repressora, alinhada aos interesses do Estado nazista de “Israel”. Enquanto a Resistência luta pela sobrevivência, a AP demonstra estar disposta a reprimir sua própria população em troca de apoio externo, tornando-se cúmplice da opressão sionista. A revolta crescente nos campos de refugiados é um testemunho vivo do fracasso dessa política.

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