O ex-militar israelense e atual lobista da ditadura sionista no Brasil André Lajst usou seu perfil oficial no X para brindar o público com uma tentativa de defender “Israel”, sob o ângulo de um suposto isolamento da Resistência Palestina em relação ao Mundo Árabe. Para isso, o representante do país artificial usou fotografias que mostravam a “diferença entre as barreiras de segurança que separam o Egito de Israel, por um lado, e da Faixa de Gaza, por outro”, o que, segundo Lajst, “revela muito sobre a natureza dos conflitos na região”.
“Enquanto a fronteira egípcia com Israel permanece apenas fechada e monitorada, a passagem que liga a Faixa de Gaza ao Egito é fortemente protegida, tendo sido reforçada recentemente devido ao medo de que membros do Hamas se infiltrem no território”, diz.
O que a declaração cínica de Lajst esconde, porém, é que, desde 2013, o Egito é governado por uma ditadura militar chefiada pelo atual presidente, Abdel Fattah el-Sisi, que, por sinal, fora posto no cargo por um golpe de Estado, responsável por derrubar o governo nacionalista de Mohamed Morsi. Morsi ascendera ao poder na esteira da Primavera Árabe, que, no país, conseguiu pôr fim a outra ditadura, chefiada por Hosni Mubarak e instaurada logo após o assassinato do traidor Anwar Al Sadat, o líder da capitulação do antigo nacionalismo secular árabe no Egito, responsável, entre outros crimes, por trair o pacto das nações árabes e reconhecer o Estado de “Israel”.
Como Sadat e Mubarak, o atual presidente Sisi não é outra coisa senão um serviçal dos Estados Unidos, um instrumento para manter o país árabe submisso aos interesses imperialistas. Concretamente, isso implica em um regime de colaboração com a ditadura sionista, uma tarefa que, no Mundo Árabe, só é possível mediante regimes de terror análogos à famigerada Ditadura Militar brasileira (1964-1985), daí a recorrência de regimes repressivos no país.
Eis a qualidade social do representante dos muçulmanos usado como parâmetro por Lajst para tentar demonstrar que o povo árabe não apoia a Resistência: um cachorro que só consegue se manter no poder com o terror e o financiamento corrupto da Casa Branca. O lobista de “Israel”, porém, continua:
“O Egito, por sua vez, mesmo sendo um país árabe e de maioria islâmica, também enxerga o Hamas como uma ameaça à sua segurança nacional e tem relutado em aceitar refugiados da Faixa de Gaza. Por isso, reforçou sua fronteira, intensificando o controle para evitar infiltrações do grupo terrorista, como já aconteceu em outras ocasiões no passado.
Essa é mais uma evidência da ameaça que o Hamas representa, sendo um dos principais obstáculos para a paz no Oriente Médio.”
Lajst aposta deliberadamente na ignorância de sua audiência para defender a ditadura sionista, na certeza de que seus leitores são estúpidos demais para ligar os pontos e perceber que o Egito não é governado por árabes, mas por cães de guarda sionistas postos no poder para atender aos responsáveis por criar e sustentar o Estado de “Israel”. Dadas essas características do governo Sisi, fica evidente o tamanho do cinismo de Lajst ao usar o Egito como referência para tentar comprovar uma mentira.
Defender o indefensável, como se vê, nunca é uma tarefa simples. Claro que a inaptidão de Lajst para esse tipo de tarefa ajuda, mas quando sua tarefa é criar uma realidade artificial, na qual os invasores da Palestina são vítimas e a Resistência é a vilã, uma perícia maior é necessária, o que claramente falta ao representante da StandWithUs no País, que na sua ânsia por defender os patrões, ajudou a demonstrar como, na realidade, a Resistência está cercada de inimigos, tendo como principal apoio o povo, algo fundamental para uma força dedicada a lutar contra “Israel” e o imperialismo.