O médico Dr. Hussam Abu Safiya declarou que “ontem foi um dos dias mais sombrios, difíceis e sangrentos no Hospital Kamal Adwan”, do qual é diretor. O médico informou que o bombardeio do hospital foi precedido por ataques aéreos contra prédios residenciais nos arredores, em que palestinos foram queimados até a morte:
“Os aviões de guerra atacaram o hospital e atingiram mais de oito edifícios nas suas proximidades. Um desses edifícios estava habitado e algumas pessoas saíram dele com os corpos em chamas, algumas das quais foram tragicamente martirizadas. Este bombardeamento brutal resultou no martírio de oito pessoas, e ainda há crianças presas sob os escombros carbonizados.”
Abu Safiya ainda informa que a UTI do hospital foi diretamente visada por disparos de tanques israelenses: “A unidade de terapia intensiva, localizada no lado oeste, foi diretamente atacada. Os projéteis dos tanques atingiram a unidade de terapia intensiva, provocando um incêndio que nos obrigou a evacuar os pacientes rapidamente. Milagrosamente, conseguimos evacuar os cilindros de oxigênio da sala de emergência”, acrescentando que a cena dentro da UTI do hospital parecia uma “zona de guerra, com balas penetrando nos equipamentos, paredes e janelas”. Conforme declaração do diretor, a UTI do hospital é a única no norte de Gaza.
O novo ataque contra Kamal Adwan faz parte da nova fase de “Israel” intensificando seu genocídio contra os palestinos da Faixa de Gaza. Nesta nova fase, que já dura cerca de 2 meses e meio, o norte do enclave vem sendo alvo de incessantes bombardeios aéreos e ataques variados das forças terrestres, devendo-se mencionar ainda um cerco terrestre ainda mais intenso, impedindo a entrada de quase toda ajuda humanitária. Milhares de palestinos já foram assassinados e mais de 100 mil deslocados nesta nova ofensiva.
Sobre isso, Abu Safiya declarou que: “Estamos a dirigir-nos ao mundo há mais de 75 dias e, no entanto, nada foi feito. Esta indiferença permite que os ocupantes aumentem a sua violência, e temo que continuem a atacar outros bairros, o que poderia levar à destruição do hospital diante dos olhos do mundo. Infelizmente, esta é a nossa realidade.”