Cerca de 800 professores, entre delegados e convidados, além de ativistas dos movimentos populares, participaram nos dias 13 e 14 de dezembro da I Plenária Intercongressual da APEOESP (sindicato dos professores da rede estadual de SP), em São Paulo.
Inferno na Educação
O encontro ocorreu no momento em que os cerca de 200 mil professores da rede estadual vivem o “inferno” das atribuições de aula para o próximo ano, organizado pelo governo tucano-bolsonarista de Tarcísio de Freitas, que vem aprofundando a política dos governos do PSDB (Serra, Alckmin, Dória) de jogar na lata do lixo a carreira do magistério.
Neste ano, ocorreram os leilões de privatização de escolas (PPP), a tentativa de impor os colégios militares, a intensificação do assédio para forçar os educadores a adotarem a política anti-educacional da direita, enquanto os salários estão perdendo feio para a inflação, com o Estado mais rico da nação pagando uns dos piores salários.
Aprovou na Assembleia Legislativa a redução de 5% nos gastos com Educação, levando a um corte de R$11 bilhões e à lei que proíbe o uso de celulares a partir do próximo ano letivo.
Greve
Diante desse quadro, após um importante debate sobre a situação política, marcada também pelos cortes propostos pela equipe econômica e em debate no Congresso Nacional sobre salários, Abono Salarial, BPC, Bolsa-Família, reduções de gastos com Saúde e Educação, a Plenária deliberou convocar uma mobilização que leve à greve da categoria em março próximo, poucas semanas depois do início do ano letivo.
Os professores do Partido da Causa Operária (PCO), da Corrente Educadores em Luta, intervieram no encontro defendendo que o Sindicato denuncie amplamente a situação e que convoque uma ampla mobilização imediatamente, incluindo o chamado aos estudantes e a toda comunidade escolar contra a ditadura digital, para pôr fim ao assédio dos professores e à proibição do uso dos celulares. Realizar a defesa de reivindicações centrais da categoria tais como o cancelamento das atribuições que levaram à demissão de milhares de professores, a garantia da estabilidade e do emprego para todos; a reabertura das turmas fechadas do noturno; a reposição imediata de 100% das perdas salariais; o cancelamento das privatizações e o máximo de 25 alunos por sala de aula. Por mais empregos e melhor qualidade de ensino.
Veja abaixo intervenção do companheiro Antônio Carlos, dirigentes do PCO e da coordenação de Educadores em Luta, no ponto de debate sobre a conjuntura.