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Coluna

Mesmo na Hora da Morte, o Capital nos Distingue

Nem na hora da morte nos livramos do sistema capitalista

Comumente se pensa que na hora da morte somos todos iguais. Afinal de contas, no fim da vida vamos todos para um buraco embaixo da terra, a sete palmos do chão. Entretanto, um olhar mais próximo à morte revela que a realidade não é bem assim, pois mesmo nessa hora as divisões de classe são notórias.

O primeiro ponto a se notar é que pessoas sem documentos ou cujas famílias não foram encontradas, que normalmente também são pobres, são humilhadas até na hora da morte. Não são raros os relatos de enterros dessa população nua, em caixões abertos, e com covas menos profundas que o usual, ficando entulhada em cantos de cemitérios para os transeuntes curiosos antes de ser enterrada. Até mesmo o material do caixão tende a ser de qualidade inferior, muitas vezes feito de um compensado de madeira que sequer fecha. Uma humilhação total.

Cenário bastante diferente é verificado entre quem morre e tem dinheiro. Nesses casos, há uma ampla gama de engravatados que comparecem ao velório para consolar a família e, claro, fazer-se presente, uma vez que tal demonstração de apreço aos poderosos pode render vantagens no futuro. Velório também é uma oportunidade de discutir negócios e influências.

Ao final, quem efetivamente cava o buraco, desce o caixão e finaliza os trâmites fúnebres são operários. Operários estes que talvez nem tenham a oportunidade de serem enterrados onde eles trabalham. Operários estes que recebem salários muito baixos, condenados a realizar enterros faça sol, faça chuva. Ao olhar atentamente para isso, percebe-se que mesmo a morte se tornou um negócio lucrativo. Todo o processo descrito por Marx de extração da mais-valia pode ser verificado nessas empresas funerárias. Todo o processo de formação de oligopólios descrito por Lênin também pode ser verificado nesse ramo, uma vez que cada vez mais as empresas se aglutinam em oligopólios que controlam os funerais e deixam de mãos-atadas aqueles que não têm dinheiro.

Eis o ciclo da vida no capitalismo: depender cada vez mais de dinheiro para nascer, e depender cada vez mais de dinheiro para morrer.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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