O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu que o projeto de lei que proíbe o uso de celulares em salas de aula seja votado na próxima semana. Em tom de urgência, Pacheco afirmou que a medida tem “muito bom mérito”, uma expressão polida para disfarçar mais um ataque autoritário à juventude brasileira.
Em coletiva de imprensa, Pacheco disse ter dado ordens à Secretaria Geral da Mesa para que o projeto seja agilizado. “É um projeto que vejo com bons olhos. Pode ser que seja apreciado na próxima semana. Portanto, antes do recesso, que é um projeto de muito bom mérito”, declarou. A pressa não é coincidência: a direita brasileira não perde uma chance de impor medidas repressivas travestidas de “moralidade” ou “ordem”.
A proposta, já aprovada em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, não passou nem pelo plenário da Casa. Foi direto ao Senado, escancarando o compromisso da direita com manobras que limitam o debate público. Para Pacheco e seus aliados, qualquer desculpa é válida para limitar a autonomia dos estudantes.
O texto prevê a proibição do uso de celulares nas salas de aula, exceto em casos muito específicos, como para atividades pedagógicas autorizadas ou por alunos com deficiência. Embora apresentado como uma medida para “melhorar a educação”, o verdadeiro objetivo é claro: aumentar o controle sobre os estudantes e reduzir sua capacidade de organização e comunicação.
Além de Pacheco, o ministro da Educação Camilo Santana demonstrou sua submissão política à direita se alinhado à proposta. Segundo Pacheco, Santana pressionou pessoalmente pela aprovação rápida do projeto. O argumento usado é de que a medida estaria pronta para ser implementada no início do ano letivo de 2025. Assim, mais uma vez, a aliança entre o governo federal e setores da direita se concretiza na repressão aos mais jovens.
Enquanto a direita tenta vender o projeto como algo positivo, a realidade é outra. Proibir celulares nas escolas não resolve os problemas da educação brasileira, como a falta de investimentos, salários baixos para professores ou a precariedade das escolas públicas. Em vez disso, a medida visa disciplinar a juventude, silenciando-a e limitando sua capacidade de acesso à informação e organização.
As escolas, que deveriam ser espaços de formação crítica e autonomia, são transformadas em ambientes de repressão. Essa política não é novidade: faz parte de uma estratégia mais ampla da direita para controlar qualquer forma de oposição social.
Essa pressa é um sinal de alerta. A juventude brasileira não pode aceitar calada mais esse ataque. É fundamental denunciar o caráter repressivo dessa proposta e lutar por uma educação que promova a liberdade e a crítica, não a submissão.