Em mais uma canalhice típica da imprensa burguesa, o jornal Folha de S.Paulo publicou um editorial, na sua edição da sexta-feira (13), intitulado BC faz o que é preciso, mas sozinho não impedirá crise. O texto foi publicado três dias depois do Banco Central (BC) anunciar um aumento pornográfico da taxa de juros, que passou de 11,25% para 12,25%. Em apenas quatro momentos, desde que foi formado o Comitê de Política Monetária (Copom), houve um aumento de 1% ou mais na taxa SELIC.
Para o jornal da Família Frias, “trata-se de um passo importante para reforçar a credibilidade do novo comando da política monetária”. Campos Neto, afinal, está passando a presidência do Banco Central para Gabriel Galípolo, pessoa publicamente comprometida com o aumento da taxa de juros e que, como membro do Copom, foi favorável ao aumento da taxa. Vale destacar, inclusive, que a orientação do comitê é que a taxa aumente por mais duas vezes consecutivas, chegando em março de 2025 a 14,25%.
Ao defender a política monetária de Campos Neto, que nada mais é que uma marionete do grande capital, a Folha, uma vez mais, sai em defesa da expropriação do povo brasileiro pelos grandes bancos. Afinal, a cada 1% de aumento na taxa de juros, além de todo impacto nos preços e no poder de compra dos brasileiros, o Estado ainda se endivida em mais R$55 bilhões.
É a defesa explícita de uma política de fome para o povo brasileiro. É a defesa de governos monstruosos como o de Javier Milei, que está realizando um “choque” tão profundo que fez com que as vendas nas farmácias despencassem pela metade.
Mas a Folha, como porta-voz dos bancos, quer mais. O dono do jornal, Luiz Frias de Oliveira, é, ele próprio, um banqueiro, dono também do PagSeguro. Alguém, portanto, que também tem o que ganhar com o roubo da população por parte de pessoas como Campos Neto.
É por isso que, em seu editorial, o jornal, além de aplaudir Campos Neto pelo “presente de Natal”, ainda critica o duríssimo pacote fiscal do governo Lula, conhecido como Plano Haddad. Para a Folha, o pacote apresentado por Lula, que impactará dezenas de milhões de brasileiros que dependem de programas como o Bolsa Família, é “pífio”. Diz o jornal:
“Fato é que nada afastará o risco de uma crise econômica enquanto o governo não conseguir restabelecer a confiança em suas contas. Apontar que o déficit orçamentário caiu neste ano é de pouca valia quando a base de comparação é o rombo exorbitante produzido no ano passado.”
Se os banqueiros querem aumentar os gastos do Estado com eles em até R$165 bilhões por ano, então, nas contas de criminosos como o dono da Folha de S.Paulo, é preciso um pacote muito mais duro. É preciso, se possível, até diminuir o salário mínimo e acabar com os programas sociais.
O caso da Argentina não deixa dúvidas de que a burguesia está disposta a isso.