Menos de duas mil pessoas se reuniram nos mais de 40 atos que teriam sido realizados em todo o País, convocados pelas direções das Frentes Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, incluindo algumas das maiores organizações dos trabalhadores do País, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Na maior parte das localidades sequer houve um ato real, sendo os eventos marcados pela reunião de algumas dezenas de dirigentes e ativistas da esquerda em mais uma atividade de tipo “demonstrativa”, em que não há qualquer esforço real para mobilizar ninguém, mas apenas um chamado em grupos de Internet da esquerda para a própria esquerda, sem atingir suas bases.
O fracasso é o resultado da política desastrosa de colocar as organizações de luta dos trabalhadores a reboque da política da direita golpista, da chamada terceira via, que não quer que os trabalhadores lutem por suas reivindicações, mas que apoiem seus interesses, como os de criar a ilusão de que os golpistas que derrubaram Dilma, prenderam Lula e ajudaram a eleger Bolsonaro, em 2018, seriam “defensores da democracia” que não existe no País.
No momento em que os banqueiros estão roubando todos os dias cerca de R$5 bilhões de reais dos impostos pagos pelos trabalhadores, com a política criminosa de manter o Brasil com os juros reais mais altos do mundo e o pagamento da fraudulenta dívida pública, o ato defendeu – de fato – a unidade com os golpistas de 2016 e 2018, contra os supostos golpistas de 2023, que teriam tramado um golpe que não aconteceu.
Quando o governo é chantageado pelo mercado financeiro, pela imprensa capitalista, pelo Congresso Nacional e até pelo STF para atacar o povo trabalhador com cortes nos salários, abono, BPC, Bolsa Família etc., os dirigentes da esquerda e a burocracia sindical “chamaram” a sair às ruas contra esses tais golpistas.
Um fracasso total de público e de política, que precisa ser amplamente debatido no interior do movimento operário e superado com o chamado a uma mobilização de verdade, para que os banqueiros e não os trabalhadores paguem pela crise.