A recente queda do presidente sírio Bashar al-Assad desencadeou uma série de agressões de “Israel” contra a Síria, representando uma das mais graves ofensivas imperialistas contra o povo sírio desde a Guerra de Outubro, em 1973. Nos últimos dias, a força aérea israelense lançou ataques massivos, descritos por autoridades de “Israel” como os mais intensos em meio século.
De acordo com informações do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, as ofensivas de “Israel” atingiram mais de 150 alvos militares, incluindo tanques, aeronaves e depósitos de armas do exército sírio. Alvos estratégicos em Damasco, Latakia e outras regiões do país foram bombardeados, resultando na destruição de esquadrões de aviões, radares e outros equipamentos militares essenciais para a defesa da Síria.
A emissora israelense Kan afirmou que o objetivo declarado de “Israel” é desmantelar completamente a capacidade militar da Síria, eliminando não apenas tanques e helicópteros, mas também sistemas de mísseis e armas estratégicas que possam, no futuro, representar uma ameaça ao projeto sionista na região.
Um dos ataques mais devastadores ocorreu no complexo de segurança de Kafr Sousah, no centro de Damasco, que resultou em grandes incêndios e na perda de infraestrutura militar vital para a defesa do país. A investida foi acompanhada de declarações do primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, que ordenou o avanço de suas tropas na região do Golã, uma área síria ocupada ilegalmente pelo regime sionista desde 1967.
As forças israelenses, segundo relatos, tomaram o controle do ponto mais alto do Monte Hermon, localizado dentro da zona desmilitarizada sob responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU). Netaniahu declarou o colapso do acordo de 1974 e instruiu seu exército a ocupar posições estratégicas próximas à zona de amortecimento, sob o pretexto de que o exército sírio teria abandonado tais posições após a queda do governo de Assad. A ação demonstra que o golpe de estado na Síria não é nenhuma “revolução”, e sim um ataque contra os povos do mundo.
A ONU, por meio de seu porta-voz Stephane Dujarric, confirmou que a presença militar israelense na região viola os termos do acordo de separação e compromete a segurança da região, já marcada pela guerra e pelas agressões imperialistas. Apesar disso, nenhuma medida efetiva foi tomada para conter as ações de “Israel”, demonstrando mais uma vez a cumplicidade das potências imperialistas e das “instituições internacionais” com o regime sionista.
Diversos países expressaram preocupação com os eventos recentes na Síria, destacando o avanço das forças imperialistas e suas consequências para a soberania do país. O governo cubano, por meio de seu presidente Miguel Díaz-Canel e do ministro das Relações Exteriores Bruno Rodríguez Parrilla, repudiou a agressão de “Israel” e pediu a preservação da soberania, integridade territorial e independência da Síria.
Cuba reafirmou sua solidariedade com o povo sírio, denunciando também a ocupação das Colinas do Golã por parte de “Israel”, considerada uma flagrante violação do direito internacional. O governo cubano destacou que as forças imperialistas estão explorando a instabilidade na Síria para ampliar sua dominação na região, atacando diretamente os interesses dos povos oprimidos.
Da mesma forma, o governo da Venezuela emitiu uma nota oficial condenando as ações israelenses e pedindo uma resolução pacífica para o conflito, sem a interferência externa que tem devastado a Síria há mais de uma década. Caracas reafirmou seu compromisso com a soberania síria e os direitos humanos do povo árabe, criticando o uso da violência como ferramenta política pelas potências imperialistas.