Nesta quarta-feira (11), o líder da Revolução Islâmica no Irã, Seyyed Ali Khamenei, pronunciou-se pela primeira vez após a tomada de Damasco por mercenários imperialistas. O líder supremo do Irã afirmou que os eventos ocorridos na Síria foram orquestrados por centros de comando norte-americanos e “israelenses”.
Durante um discurso em Teerã, Khamenei enfatizou que possui “evidências que não deixam dúvidas” sobre a participação dos EUA e de “Israel”. Ele destacou o papel do Estado sionista na operação, o qual “desempenhou um papel evidente nos eventos na Síria e continua a fazê-lo, como é claro para todos”.
“A principal força por trás da conspiração, do planejamento e dos centros de comando estava nos Estados Unidos e na entidade sionista”, disse o líder iraniano.
Ele apontou que “os americanos são parte dessa guerra que devastou a Síria, durante a qual a entidade ‘israelense’ ocupou terras que se estendem até os arredores de Damasco”, acrescentando que eles “participaram da agressão israelense à Síria lançando ataques aéreos que potencialmente destruíram a infraestrutura”.
Segundo o líder, “os Estados Unidos estão tentando estabelecer uma base de apoio na região”. Apesar disto, reafirmou que “com o tempo, ficará claro que eles não atingirão nenhum desses objetivos”.
Ainda sobre os eventos ocorridos na Síria, Khamenei disse ser claro que os mercenários “com seus próprios objetivos que podem variar uns dos outros, buscam ocupar terras no Norte ou no Sul da Síria”.
Seyyed Ali Khamenei descreveu o Estado Islâmico (EI) como uma bomba desestabilizadora na região, tendo como objetivo final minar a segurança do Irã. Observou que “o povo iraniano tem orgulho de seu exército e da Guarda Revolucionária, que enfrentaram inúmeras conspirações”.
Apesar das declarações da imprensa burguesa, Khamenei afirmou que a derrubada de Damasco não é o fim do Eixo da Resistência. O líder da revolução islâmica disse que “o poder da Resistência se expandirá ainda mais, abrangendo toda a região”, enfatizando que “a Resistência permanece firme”.
Esclareceu, ainda, que o enfraquecimento do Eixo da Resistência não significa o enfraquecimento do Irã. Enfatizou que aqueles que pensam o contrário “não entendem o que significa resistência. Garanto a vocês que o Irã é forte e resistente, e só vai ficar mais forte”. Ele enfatizou que “Resistência significa confrontar os Estados Unidos na região, onde as pessoas se recusam a ser escravizadas pelos americanos”.
“Quanto mais pressão ele enfrenta, mais forte ele se torna. Quanto mais crimes forem cometidos contra ele, maior será sua legitimidade”, afirmou Khamenei sobre o Eixo da Resistência.
Explicou que “o Hesbolá, o Hamas, a Jihad Islâmica Palestina e as facções palestinas resistiram apesar das pressões e conspirações”. Ele enfatizou que “os crimes da entidade israelense em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano não significam, de forma alguma, uma vitória para ela”.
Reiterou a posição histórica do Eixo de Resistência, enfatizando que “os EUA também não conseguirão estabelecer uma base de apoio e, com a bênção, a força e o poder de Deus, a Frente de Resistência expulsará os americanos da região”.
O líder iraniano proclamou: “a juventude síria patriótica libertará as áreas ocupadas da Síria, sem espaço para dúvidas”.
Ao mesmo tempo, Khamenei comentou que o grande golpe desferido pelo Hesbolá contra a ocupação “israelense” após o martírio de Sayyed Hasan Nasrallah, líder do Hesbolá, forçou os sionistas a aceitar um cessar-fogo. Enfatizou que “o punho de ferro do Hezbollah provou ser mais forte, apesar dos ataques sem precedentes contra ele”.
“Apesar desses golpes, o Hesbolá demonstrou sua capacidade de resistir e desafiar o exército israelense, que não conseguiu atingir seus objetivos”, adicionou o líder supremo iraniano.
“Israel” estabelece ‘zona de segurança estéril’ no sul da Síria
Em outra nota, o Ministro da Defesa de “Israel” Israel Katz, anunciou nesta terça-feira (10) a criação de uma “zona de segurança estéril” no Sul da Síria para evitar “ameaças terroristas” à “Israel”.
Em uma visita às forças navais estacionadas em Haifa, o ministro ‘israelense’ afirmou que as forças de ocupação de “Israel” estão finalizando seu posicionamento na zona tampão ao longo das Colinas de Golã.
Relatos sugerem que as forças de ocupação avançaram para o Sul da província de Damasco, tomando a aldeia de Heeneh e avançando em direção à Khan Alsheh, nas proximidades da fronteira do Líbano.
Paralelamente, a rádio do exército israelense relatou mais de 250 ataques aéreos contra ativos militares na Síria desde o avanço dos mercenários imperialistas no país árabe. Os alvos incluem bases, jatos de combate e depósitos de mísseis.
“A Força de Defesa de ‘Israel’ está atualmente concluindo seu posicionamento na zona de amortecimento e em posições dominantes para proteger os residentes das Colinas de Golã e os cidadãos do ‘Estado’ de ‘Israel’. Juntamente com o Primeiro-Ministro, instruí as Forças de Defesa de ‘Israel’ a criar uma zona de segurança no sul da Síria que seja livre de armas e ameaças terroristas”, disse Katz.