A aproximação da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tem colocado o mundo em polvorosa, em particular os países da Comunidade Econômica Europeia (CEE).
Caso se confirme sua promessa de campanha, os produtos importados da China sofrerão uma taxação de 60%, do México e Canadá de 25% e dos demais países de 20%.
O objetivo de Trump seria o de reativar a economia norte-americana, que sofre uma grande concorrência da China, e em seguida, do México e do Canadá, por conta da fuga de indústrias para esses países devido ao baixo custo de produção, se comparado aos EUA.
Europa entre a cruz e a espada
Embora sujeitos a menores tarifas, a preocupação maior é a que ronda os países europeus. Segundo analistas internacionais, existe uma divisão no interior da CEE. Um setor defende a adoção de uma política protecionista para a Europa, ao estilo do que Trump visa adotar nos EUA e um outro, que prega uma maior subserviência aos norte-americanos.
Para o vice-presidente da Comissão Europeia e comissário para a Prosperidade e Estratégia Industrial, Stéphane Séjourné, “quando a China diz ‘Made in China’ [Feito na China] ou os EUA dizem ‘America First’ [América em Primeiro Lugar], devemos dizer: ‘Made in Europe’ [Feito na Europa] ou ‘Europe First’ [Europa em Primeiro Lugar]”.
Já o setor que acredita em um acordo com os EUA, usa como modelo de negociação a compra de gás natural liquefeito (GNL) e equipamentos de defesa, mas isso já tem sido adotado desde que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) iniciou sua guerra por procuração na Ucrânia contra a Rússia, ou seja, o que a Europa tem a oferecer não é nada.
Crise capitalista mundial
A guerra econômica entre EUA e China não deixa de fora os países do Brics. Trump já anunciou que as medidas para substituir o dólar por outra moeda nas transações econômicas entre os países do Brics serão duramente retaliadas, com a taxação de 100% nas importações desses países.
O fato é que a atual crise capitalista mundial nada mais é que o reflexo da crise histórica do capitalismo, que ameaça colocar o mundo em uma nova guerra mundial e já está direcionando toda a situação política para a direita com golpes e guerras, que evidenciam um redundante fracasso do imperialismo em apresentar uma alternativa frente ao caos atual.