Foi um ano difícil para os trabalhadores do serviço público, nas três esferas administrativas. Depois de muito pouco ou quase nada ter conquistado nas mesas de negociação com o governo, mesmo com as lutas protagonizadas no primeiro semestre por alguns setores da categoria (educação, saúde, previdenciários, etc.), os servidores públicos receberam, no último dia 28 (dia do anúncio do pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad), mais uma paulada no lombo.
O pacote de maldades contra o conjunto dos trabalhadores traz, em seu conteúdo, um brutal ataque também aos funcionários públicos, prevendo novos gatilhos para limitar o aumento de salário da categoria. Assim, o governo não poderá dar aumento real (reajustado acima da inflação) superior a 0,6% para os servidores a partir de 2027.
Isso se algum servidor estiver vivo até lá, dado o enorme e brutal ataque ao qual os “barnabés” estão submetidos desde o golpe de Estado de 2016, que congelou os salários, ocasionando uma perda de 30% a 35% nos minguados vencimentos do funcionalismo. O fato é que, se essa regra draconiana for aplicada, a categoria só teria o salário recomposto daqui a 160 anos.
Segundo os defensores do famigerado pacote, a ideia da medida é conter o crescimento das despesas obrigatórias, como salários e aposentadorias de servidores e benefícios da Previdência; ou seja, o governo quer economizar recursos tirando o pão dos servidores para satisfazer a insaciável voracidade dos banqueiros e capitalistas sanguessugas da nação, os mesmos que já abocanham 50% do orçamento nacional.
A única resposta possível a mais esse achaque é a mobilização em escala nacional da categoria, organizando a greve dos servidores para o início do ano de 2025.