Alvo constante do imperialismo, a cidade de Alepo e outras regiões da Síria enfrentam uma nova onda de violência, refletindo na escalada da guerra que já se arrasta por mais de uma década. Além da ofensiva terrorista na cidade, denunciada pelos governos russo e sírio, ataques israelenses e interferência dos Estados Unidos e seus aliados agem para aumentar ainda mais a instabilidade no país.
Desde o início de outubro, “Israel” intensificou suas operações militares em território sírio e libanês, ampliando os ataques a civis e infraestrutura de ambos os países. Segundo a agência síria SANA, aviões israelenses bombardearam o distrito central de Mazzeh, na capital Damasco, e atingiram um prédio residencial no bairro de Qudsaya.
Outro ataque recente, ocorrido no subúrbio de Sayyidah Zaynab em 10 de novembro, resultou na morte de sete civis, incluindo mulheres e crianças, além de deixar 20 feridos. Em Homs, o alvo foi a planta industrial iraniana Saba, atacada em outubro. Além disso, um bombardeio em abril destruiu o consulado iraniano em Damasco, matando dois generais e cinco oficiais iranianos.
A justificativa israelense para essas operações é a presença do Hesbolá e outras entidades do eixo de Resistência, assim como sua suposta utilização dessas áreas para a realização de comércio. No entanto, essas violações da soberania do povo sírio têm sido especialmente criticada e denunciada por países como Rússia e Irã, que já destacaram que não aceitaram a provocação.
O embaixador iraniano no Líbano, Moytaba Amani, foi categórico ao afirmar que a recente ofensiva terrorista em Alepo e Idlib é parte de um plano coordenado por Washington e Telavive para desestabilizar a região. Amani destacou que os Estados Unidos têm usado grupos como o Hay’at Tahrir al-Sham (HTS) para promover seus interesses na Síria. Amani também criticou a falta de eficácia de acordos anteriores para conter o terrorismo na Síria, como os tratados entre Rússia e Turquia, na qual o presidente da Federação Russa denunciou, nesta sexta (29), que a Turquia descumpriu para permitir o ataque de organizações terroristas apoiadas pelo imperialismo no território sírio. Segundo consta, a ofensiva de Alepo deve intensificar a determinação síria em eliminar a presença de grupos armados pelo imperialismo, escalonando a guerra e encurralando o governo de Assad a assumir uma posição mais anti-imperialista.
O governo sírio declarou que forças militares têm respondido aos ataques terroristas em Alepo e Idlib, onde os militantes sofreram pesadas baixas. “Durante os combates, dezenas de soldados foram mortos, e muitos ficaram feridos,” relatou o comando militar sírio, que também destacou a reorganização de tropas para proteger civis e preparar uma contraofensiva.
Além disso, o Kremlin condenou os ataques israelenses e a situação em Alepo, classificando-os como uma “violação da soberania síria” e defendendo a restauração da ordem constitucional. Segundo Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, os ataques israelenses e a infiltração de terroristas estrangeiros são parte de um quadro mais amplo de desestabilização da região, alimentado diretamente pelo imperialismo.
Desde 2011, os Estados Unidos têm desempenhado um papel genocida na Síria, inicialmente apoiando grupos rebeldes contra o governo de Bashar al-Assad e, posteriormente, realizando invasões militares diretas. O regime de Washington também ocupou ilegalmente áreas ricas em recursos, como os campos de petróleo em Deir ez-Zor, e impôs sanções econômicas que agravam a crise humanitária no país.
Os ataques terroristas em Alepo e as operações israelenses são parte de uma estratégia imperialista para manter a Síria e o Oriente Médio em constante instabilidade, caso não haja um controle completo do mesmo sobre a região. Essa política é criticada por aliados de Damasco, que a veem como uma tentativa de minar a reconstrução do país e sua autonomia política. Enquanto os EUA e “Israel” justificam suas ações como medidas de segurança, aliados da Síria, como Irã e Rússia, veem essas intervenções como as devidas agressões e violações ao direito internacional.
A crise humanitária se agrava à medida que civis são deslocados e infraestrutura vital é destruída. A ofensiva terrorista em Alepo e os bombardeios israelenses em áreas urbanas ilustram o alto custo humano desse conflito provocado pelo imperialismo.