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Editorial

Reformar ou destruir a máquina de guerra?

A cada dia que se passa, Polícia Militar se torna um esquadrão da morte ainda mais violento contra o povo brasileiro

Na última quarta-feira (20), o estudante Marco Aurélio Acosta, de apenas 22 anos, foi assassinado pelos brutamontes da Polícia Militar de São Paulo (PMESP). Ele foi socorrido ao Hospital Ipiranga, mas não resistiu. Segundo a declaração nada confiável da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o estudante teria batido no retrovisor da viatura e resistido ao ser abordado. Ainda que isso tivesse acontecido, apenas reforça o que já é notório: para a Polícia Militar, qualquer coisa – absolutamente qualquer coisa – é motivo para executar alguém.

Mas nem mesmo essa versão é verdadeira. Os policiais envolvidos, por exemplo, contaram que Marco Aurélio teria tentado pegar a arma de um dos policiais. No entanto, as imagens das câmeras de segurança de um hotel próximo mostram que o estudante não tentou pegar o revólver do policial.

O fato é que a PM tem, pelo menos desde a ditadura militar, uma licença para matar. A Constituição Brasileira não prevê a pena de morte, tampouco o Código Penal. Mas para a PM é diferente: a instituição, apenas pelo julgamento de seus agentes, decide quem vive e quem morre. E quem morre, obviamente, é sempre a população pobre e trabalhadora.

A PM é o fascismo em forma de instituição. É uma organização capaz de matar um um jovem desarmado porque supostamente deu um tapinha na viatura da polícia. A violência policial no Brasil vive completamente fora de controle. É um esquadrão da morte. A PM é uma coisa totalmente sem controle. E, por isso, é um problema que a esquerda deveria encarar com a máxima seriedade. A PM é uma organização fascista, não importa quem  seja o seu comandante. E, por isso, deve ser alvo de uma grande campanha.

Muito chamou a atenção uma carta escrita por organizações da esquerda pequeno-burguesa enviada o presidente Lula, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo. Na carta, as organizações falam, corretamente, que a PM é uma máquina de guerra. No entanto, apresentam como solução que “a desmilitarização da polícia e o fim da tutela militar”. Isto é, ao fim e ao cabo, apresentam como grande proposta para enfrentar a máquina de guerra uma… reforma na máquina de guerra!

Não faz sentido algum. A polícia no Brasil é treinada para matar a população. A polícia civil hoje já tem vários crimes horrendos nas costas, como o massacre no Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Colocar os policiais em uma sala de aula para aprender a respeitar os direitos humanos não resolverá o problema. É preciso pedir a extinção da polícia.

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