As forças israelenses continuam seu conhecido vandalismo no Líbano. Essa atitude não é nova. Já em 1982, durante a invasão, os sionistas saquearam inúmeros artefatos do Bekaa ocidental e do sul. Desta vez, destroem intencionalmente tesouros culturais em Baalbek e Tiro.
A convenção de Haia de 1954 diz que, “qualquer dano aos bens culturais, independentemente do povo a que pertence, é um dano ao patrimônio cultural de toda a humanidade, pois cada povo contribui para a cultura do mundo”. Isso, ao que parece, não serve para os sionistas, quem contam com o apoio do imperialismo, especialmente o americano.
Prédios históricos
Segundo o jornalista libanês, Ibrahim Dawi, em Nabatié os sionistas têm promovido bombardeios implacáveis desde a década de 1970, nas agressões de 1978, na invasão de 1982 e na ocupação que durou 18 anos.
A Casa Shaheen, de 1928, com belos arcos e azulejos vermelhos, onde cresceram Ghaleb e Fhami Shaheen (importantes membros do Parlamento), foi destruída, restaurada em 2013 e agora novamente destruída.
Em Nabatié, o edifício Al-Sabah, ali estava a Biblioeca do Sacerdote, o Ayoub’s Photo Studio, vários registros da movimentação política libanesa contra o Mandato Francês; tudo reduzido a po.
Construções religiosas
Mesquitas seculares, como a de Al-Bayad, Nabatieh al-Fauqa e também a mesquita do século XIX no bairro Saraya foram bombardeadas e destruídas. Os sionistas seguem no Líbano o mesmo padrão que adotam contra os palestinos na Faixa de Gaza.
O pesquisador Ali Mazraani declarou para o sítio The Cradle que “O centro comercial em Nabatieh não é um bloco de cimento ou pedras que podemos reconstruir novamente. É a tábua de salvação de Nabatieh e seu coração batendo. É aí que os dias das pessoas começam: diaristas, vendedores de vegetais, taxistas, açougueiros, comerciantes e tudo o que acontece no chão”.
No entanto, os libaneses, sabendo da selvageria dos sionistas, têm tratado de reconstruir lugares religiosos e prédios históricos seguindo o mesmo estilo arquitetônico e materiais semelhantes.
Neste 15 de novembro, na aldeia de Shamaa, os sionistas atacaram o Santuário Shimon (o profeta Shamoun al-Safa), também chamado Santuário de São Pedro, um local importante para xiitas e cristãos, pois estes que acreditam que esteja enterrado ali o apóstolo.
Patrimônio humano
Ibrahim Dawi diz que a cidade de Tiro foi designada há quarenta anos como Patrimônio Mundial pela UNESCO, deveria ser protegida, especialmente a Cidade Velha, que data do século XVIII. Sem mencionar o fato de que ali se encontram diversas antiguidades fenícias
Os sionistas atacaram e danificaram a casa Qasim Zaher, que já foi sede do Conselho Cultural do Sul do Líbano, onde se reuniam diversos intelectuais e estava sob reforma até antes do ataque.
Uma prática corriqueira
Uma das características do genocídio praticado pelos sionistas é o apagamento das culturas. Quando invadia a aldeias e cidades palestinas, os sionistas tratavam logo de derrubar monumentos, refazer o traçado das ruas para que, quando voltassem, os refugiados não pudessem reconhecer suas cidade e suas terras.
É importante que se diga, apagar deliberadamente uma cultura é também genocídio. Em determinada aldeia, onde havia uma oliveira centenária sob a qual os habitantes se reuniam para celebrar ou deliberar, lá iam os sionistas tratar de derrubar a velha árvore.
Outra prática comum dos sionistas é a de matar intelectuais, escritores, médicos e engenheiros. Talvez esteja aí a chave para entendermos o empenho meticuloso, industrial, de matar crianças, elas são o futuro.
“Israel destruiu a Grande Mesquita de Omari foi a primeira construída em Gaza e estava situada no bairro de al-Daraj. O começo de sua construção foi no século V, ainda como uma igreja bizantina, e se tornou uma mesquita no século VII.
A terceira Igreja mais antiga do mundo, a de São Porfírio, na Faixa de Gaza, construída no ano de 425, foi bombardeada na noite de quinta-feira (19/10).
Os sionistas, ao contrário do que costumam dizer, não passam de bárbaros, nada têm a ver com democracia. Eles não possuem qualquer respeito obras e locais que são verdadeiros tesouros da humanidade.
Cobertura da imprensa
A imprensa burguesa não dá destaque ao vandalismo sionista. Quando, em 2015, foram destruídas duas estátuas de Buda no Afeganistão, a grande imprensa deu ampla cobertura, falou sobre o quão bárbaros são os talibãs, entrevistou uma das pessoas supostamente responsáveis sobre a explosão do monumento. Desta vez, no entanto, pouco ou nada se diz.
Os crimes do sionismo são de toda ordem, eles destroem vidas. Na Palestina, além de matar as pessoas para lhes roubar as terras, fazem questão de tentar apagar também a cultura, não deixar pedra sobre pedra. Essa não é, nem de longe, a atitude de pessoas que se possa considerar civilizadas. São verdadeiros vândalos, bárbaros, que recebem apoio incondicional de países que se dizem as maiores democracias do mundo.