Os dados do Dieese mostram coo a situação do trabalhador negro no Brasil é terrível. Os negros enfrentam taxas de desemprego mais altas, alcançando 8% (nos números oficiais) no segundo trimestre de 2024, comparadas a 5,5% da população não negra. Além disso, a informalidade é mais prevalente entre os negros, afetando 45,2% dos trabalhadores, com destaque para mulheres negras, das quais 45,6% não têm carteira assinada nem contribuem para a Previdência Social. Entre não negros, a informalidade é menor, na faixa de 34%.
A desigualdade também se reflete nos cargos de direção, onde negros ocupam apenas 33% das posições gerenciais e de direção. Segundo o Dieese, enquanto um em cada 48 homens negros está em cargos de liderança, entre homens brancos a proporção é de um a cada 18. Nas profissões mais bem pagas do país, os negros representam apenas 27% dos trabalhadores, mas estão amplamente presentes (70%) nas ocupações de menor rendimento.
Mulheres negras enfrentam condições ainda mais precárias, com uma em cada seis trabalhando como empregada doméstica, muitas vezes sem carteira assinada e recebendo salários inferiores ao mínimo. O rendimento médio dessa categoria fica R$ 461 abaixo do salário mínimo de R$ 1.412, reforçando o impacto da desigualdade racial e de gênero no mercado de trabalho brasileiro. Por fim, o Diesse afirma que os trabalhadores negros ganham R$ 899 mil a menos ao longo de vida profissional.