Na segunda-feira (18), o Rio de Janeiro sediará a maior manifestação de esquerda no Brasil em muitos anos. O sucesso já pode ser medido pela mobilização de dezenas de milhares de pessoas, com milhares confirmados para o ato na Cinelândia. Mas o que realmente está em jogo não é apenas o número de participantes, mas a comprovação de que a esquerda tem plenas condições de retomar as ruas e iniciar um movimento de massas capaz de tirar a classe trabalhadora da defensiva.
Nos últimos anos, a esquerda viveu um ciclo de retrocessos, com setores da classe trabalhadora afastados da luta de classes. Isso se deu, em grande parte, pela falta de uma política clara e combativa frente ao imperialismo e à burguesia nacional. A manifestação de 18 de outubro, organizada pelo Partido da Causa Operária (PCO), os Comitês de Luta e outras entidades, é a prova de que a esquerda pode se recuperar e organizar os trabalhadores e a juventude contra a ofensiva imperialista e as políticas neoliberais que afetam diretamente o povo brasileiro.
O apoio à Palestina, tema central do ato, não é apenas uma questão internacional, mas reflete uma mobilização contra as opressões vividas no Brasil. A solidariedade à Palestina é um apoio à luta de um povo oprimido contra o imperialismo, portanto, uma bandeira que une as lutas internacionais e locais, e pode servir como ponto de partida para uma mobilização ainda maior.
A manifestação de 18 de novembro não pode ser vista como um evento isolado. Ela é um reflexo de um sentimento profundo de insatisfação com a política do imperialismo. A solidariedade à Palestina também precisa ser um ato contra a submissão do Brasil às potências imperialistas.
O sucesso da manifestação do dia 18 é a prova de que as bases da esquerda podem ser mobilizadas. A simpatia popular pela causa palestina é clara e pode ser usada para fortalecer um movimento maior, que defenda os interesses da classe trabalhadora em todos os campos. A esquerda precisa aproveitar esse momento para expandir as mobilizações, convocando o povo para uma luta permanente e radical.
É preciso agir de forma clara e incisiva. As mobilizações não devem ser esporádicas, mas constantes.
Com o Brasil mergulhado em uma grave crise social, estagnação econômica, inflação, desemprego e a falta de perspectivas para a juventude não podem ser ignoradas. A luta pela Palestina deve ser um dos pontos de apoio para retomar as ruas e organizar os trabalhadores em torno de um programa de transformação social que ataque de frente as causas da opressão e da exploração.
A tarefa agora é expandir essa mobilização e a esquerda não pode se contentar com uma manifestação pontual. O objetivo é construir um movimento permanente de luta. Para isso, é necessário um programa que conecte as lutas locais e internacionais, que una a defesa dos direitos do povo palestino à luta contra as políticas neoliberais e imperialistas que afetam o Brasil. A mobilização de 18 de outubro não pode ser um ponto final, mas o início de um ciclo de lutas.
A correlação de forças no Brasil pode ser radicalmente alterada se a esquerda conseguir unificar os diversos setores oprimidos — trabalhadores, estudantes, movimentos sociais — em uma mobilização de massas. Esse movimento deve ser construído a partir de um programa que articule as lutas imediatas com uma perspectiva de transformação profunda, que coloque os trabalhadores no centro do processo político.
A mobilização do dia 18 mostra que a classe trabalhadora, a juventude e os setores populares têm disposição para se engajar em uma luta de grandes proporções. Agora, é hora de expandir essa luta e dar continuidade ao movimento. As manifestações de rua devem se tornar uma ferramenta central para a construção de uma alternativa política ao sistema capitalista, ao imperialismo e à submissão do Brasil aos interesses estrangeiros.
A esquerda, se se organizar de forma unitária e combativa, pode retomar as ruas e se reconstituir como força política capaz de lutar pelos interesses dos trabalhadores. A campanha do PCO e dos Comitês de Luta já mostrou que há uma base popular pronta para lutar. A tarefa agora é transformar essa mobilização em uma força de transformação real. O que está em jogo é a capacidade da esquerda de se reconstruir, ampliar sua base de apoio e, finalmente, mudar a correlação de forças no Brasil. A luta está nas ruas, e as ruas estão abertas. É hora de a esquerda ocupar o protagonismo e construir uma mobilização permanente para enfrentar a ofensiva do capital e do imperialismo.