O grande ato em defesa da Palestina está movimentando todo o Rio de Janeiro durante a cúpula do G20, mesmo antes de começar. Nesta segunda, dia 18 de novembro, o Rio de Janeiro será palco de um grande ato em defesa da Palestina, organizado em meio à cúpula do G20 que ocorre na cidade. A manifestação, que promete reunir diversas organizações e movimentos populares, foi impulsionada por uma intensa campanha de mobilização ao longo do último mês e meio. Para entender mais sobre a construção desse ato e o impacto que ele vem gerando, a equipe deste Diário conversou com Vinícius Rodrigues, dirigente do Partido da Causa Operária (PCO) no Rio de Janeiro e uma das lideranças dessa importante atividade.
Vinícius relembra que a preparação para o ato começou logo após a conferência realizada em São Paulo, cerca de um mês e meio atrás. “Uma semana depois da conferência que teve em São Paulo, já fizemos uma plenária no Rio, pequena, mas importante, para já lançar as atividades. Fizemos campanha de vídeos e online, chamamos as pessoas com material impresso da Palestina e, conforme se aproximou um mês, três semanas, já começamos a mobilização total do ato”, explica o dirigente.
Desde então, o trabalho de mobilização foi contínuo e intenso, com atividades diárias e um esforço coletivo para alcançar as diferentes regiões do estado. “Todos os militantes do Rio e contatos já começaram a agitação para o ato, ligando para todo mundo, marcando reuniões com grupos, fazendo atividades nas ruas. Vieram reforços militantes de São Paulo para fortalecer a atividade, aumentando ainda mais”, detalha.
Além disso, a chegada de materiais de campanha, como panfletos e cartazes, potencializou ainda mais a visibilidade da causa palestina. “Fizemos atividades em várias regiões do Rio: centro, zona norte, zona sul, zona oeste, baixada fluminense, Niterói, serra, e foi-se criando um clima. Fizemos muitas atividades e o clima foi ficando cada vez maior”, relata Vinícius.
Como pontuou, nem tudo foi fácil durante o processo, pois a chuva intensa que atingiu o Rio de Janeiro em diversos momentos dificultou algumas ações, mas não foi capaz de interromper nem o trabalho diário de rua, tampouco o online. “Só não fizemos mais porque choveu todo dia no Rio de Janeiro [durante a última semana]”, conta Vinícius.
Apesar disso, a mobilização foi fortalecida por momentos emblemáticos, como as atividades com o bandeirão da Palestina, estendido em locais icônicos como os Arcos da Lapa e as praias cariocas, de Copacabana a Ipanema. Vale ressaltar, inclusive, que tal atividade com os bandeirões tiveram repercussão inclusive na imprensa árabe.
A campanha ganhou ainda mais força com a participação no G20 Social, evento paralelo promovido pelo governo Lula. “Ficamos lá com banca, panfletos, e panfletamos literalmente para todo mundo. De dia tinham palestras e à noite shows, e todo mundo pegou um panfleto e recebeu bem”, destaca Vinícius. A presença no G20 Social também permitiu o diálogo com grupos de todo o Brasil. “Encontramos gente do Brasil inteiro, de todos os lugares, e mesmo sendo burocrático, era um evento da esquerda”, analisa.
Na reta final de preparação, as atividades seguem intensas, mesmo com algumas limitações logísticas impostas pela organização do G20. “O Eduardo Paes trancou a cidade inteira. Não está tendo feira, que sempre aglomeram muitos trabalhadores, as ruas da praia que fecham não estão fechadas, então estamos aproveitando todos os locais do Rio que não foram afetados”, explica Vinícius. O aterro do Flamengo, local típico de família dos fins de semana, também não está aberto para o público.
A campanha não apenas fortaleceu o ato em defesa da Palestina, mas também teve um impacto positivo em outros movimentos. “Muitos grupos militantes que estavam parados começaram a se agitar nessa campanha. Grupos de luta do PT, comitês próximos à esquerda, estavam parados e começaram a ficar mais agitados, algo que foi muito positivo”, afirma. Um dos aspectos mais marcantes dessa mobilização foi o protagonismo que a causa palestina ganhou durante as semanas que antecederam o G20. “O clima da Palestina que criamos foi tão grande que apareceram outras mobilizações. Criou-se um clima tão positivo que os atos do dia 16, que tinham várias pautas, prevaleceu a pauta em defesa da Palestina”. O dirigente também destaca como a força do movimento foi percebida no ato oficial do G20. “Estivemos nele, inclusive, e fomos muito bem recebidos, com uma adesão total ao ato do dia 18”, conclui.
O grande ato em defesa da Palestina, marcado para esta segunda-feira, 18, promete ser um momento histórico, reunindo militantes, movimentos sociais e simpatizantes da causa palestina em um grito unificado contra a opressão. É um momento crucial para causar uma inflexão no próprio movimento em defesa da Palestina, no Brasil e no mundo.