A esquerda brasileira continua na linha de frente da defesa de campanhas imperialista, como a “luta contra o terrorismo”, o “combate ao extremismo” e a “desradicalização”. Com isso, setores que dizem lutar contra a extrema direita estão, na prática, entregando o povo de bandeja aos braços deste setor.
Esses termos – “terrorismo”, “extremismo” etc. – não surgiram do nada. São criações do imperialismo norte-americano, utilizadas para justificar a repressão a povos inteiros e àqueles que lutam contra a dominação imperialista.
Um exemplo claro disso é a perseguição a palestinos e árabes no Brasil. A Polícia Federal, sob o pretexto de combater o “terrorismo”, age como um braço de “Israel” e dos EUA. No Brasil, ser palestino passou a ser suficiente para ser tratado como criminoso. Algo que mostra o que está por detrás da campanha antiterrorista: uma política imperialista para atacar a luta dos povos oprimidos e esmagar qualquer oposição ao imperialismo.
Setores da esquerda brasileira, por medo ou oportunismo, adotaram essa linguagem como se fosse sua. Estão, nesse sentido, se somando à cruzada contra o “extremismo” e a “radicalização”.
Para a esquerda pequeno-burguesa, os manifestantes bolsonaristas do dia 7 de janeiro de 2023 são todos terroristas que merecem a maior dureza possível por parte do Estado. Não poucas figuras da esquerda, além disso, afirmaram que o Hamas e seus combatentes também são representantes do tal “terrorismo”. Agora, temos o caso mais recente: o maluco que se suicidou em frente ao STF – mais um perigoso terrorista.
Ao fazer isso, se identifica, com as políticas que sempre foram usadas para reprimir movimentos populares e operários. Basta olhar para a história recente: a Lei Patriótica, instituída pelo governo Bush, foi um ataque direto aos direitos da população nos Estados Unidos, abrindo caminho para um estado policial que vigia, reprime e controla o povo até hoje.
Essa histeria antiterrorista tem o efeito contrário do que pretende a esquerda. Ao exigir que o regime se torne cada vez mais autoritário contra a extrema direita, fortalece esse setor. Não é coincidência que Donald Trump, mesmo após ser perseguido de maneira arbitrária pelo Estado norte-americano, voltou à presidência com uma votação histórica. Não é coincidência que Bolsonaro, mesmo inelegível, é considerado o candidato mais forte das eleições de 2026.
É importante deixar claro que aqueles que defendem essa política reacionária estão defendendo a política de repressão do governo Biden e de seus aliados. Não há absolutamente nada de progressista nisso, trata-se de uma política que só fortalece o aparato repressivo – o qual, inevitavelmente, será usado contra a própria esquerda.
A campanha contra o “terrorismo” não é uma política de esquerda. É uma política de direita, reacionária e imperialista, cujo único objetivo é esmagar qualquer resistência.
Ao abandonar a luta dos trabalhadores e adotar a política do imperialismo, a esquerda caminha para entregar o País nas mãos da extrema direita. Algo que será feito de mão beijada.