Todo acontecimento de grande repercussão, independentemente de suas causas, é sempre utilizado pela grande imprensa para criar um clima de histeria favorável aos seus planos reacionários. O caso da “bomba” explodida nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF) é o exemplo mais recente.
Pouco se sabe sobre o acontecimento, que ocorreu na quarta-feira. No entanto, figuras como Alexandre de Moraes, representantes dos interesses mais criminosos do grande capital, já queimaram a largada pedindo mais e mais censura. Afinal, Moraes é um juiz com a cara do atual regime de arbítrio brasileiro: um juiz para quem as provas não importam, mas sim as suas “convicções”.
Sabe-se lá por que, Moraes colocou em sua cabeça brilhante que o caso comprovaria a necessidade de uma “regulamentação” das redes sociais. Isto é, que o Estado e as redes sociais possam determinar o que pode ser dito ou não na Internet.
O argumento é uma verdadeira idiotice. Mas é suficiente para mostrar como que, para Moraes e seu bando, a Lei não tem valor algum no País.
Basta que algum maluco decida explodir um artefato – que sequer pode ser chamado de fato de uma bomba -, que estaria justificado atropelar um direito democrático de todo o povo brasileiro. É a repetição do que a imprensa fez no final do ano passado, ao utilizar o suicídio do blogueiro PC Siqueira e a invasão “hacker” de um perfil da primeira-dama Rosângela “Janja” para justificar a aprovação de uma lei de censura.
O clima de histeria sempre acaba muito mal para a classe trabalhadora. Basta lembrar o que houve após o 8 de janeiro. Muita gente aplaudiu que uns pobres coitados vestindo a camisa da seleção brasileira foram condenados a mais de 10 anos de cadeia. No entanto, até agora, nenhuma figura central do bolsonarismo foi presa. Pelo contrário: o Judiciário ganhou poderes para agir de forma ainda mais ditatorial, a exemplo das condenações contra Breno Altman e Lucas Passos Lima.
Se a esquerda embarcar na histeria impulsionada pela burguesia, tudo o que conseguirá é aprovar um projeto para aumentar a censura e a repressão contra o povo. Censura esta que se volta com cada vez mais definição contra os povos que estão lutando contra a dominação imperialista.