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Brasília

Novas informações sobre o homem que se explodiu em frente ao STF

No dia seguinte às explosões na Praça dos Três Poderes, imprensa burguesa adiciona o caso à sua campanha contra os direitos democráticos

Na noite da última quarta-feira (13), Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, protagonizou explodiu dois explosivos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF). As bombas foram ouvidas pelas pessoas nos prédios próximos, e ele foi encontrado morto no local.

Conforme revelou o Diário Causa Operária, Francisco chegou a se candidatar a vereador pelo Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Rio Sul, Santa Catarina, no ano de 2020. O jornal também divulgou algumas mensagens publicadas por Francisco nas redes sociais onde ele ameaçava realizar um atentado a bomba “na casa dos comunistas de merda”, segundo a publicação.

Além das bombas arremessadas por Francisco, uma bomba explodiu em um carro, que ficou incendiado. Ainda de acordo com este Diário, o carro foi registrado em Palhoça, Santa Catarina no nome do próprio Francisco.

Ao longo desta quinta-feira (14), segundo imagens reveladas pelo próprio STF e declarações dos policiais que atenderam à ocorrência, Francisco saiu do carro que foi incendiado e andou até próximo do STF. Ele carregava uma mochila com os explosivos e um extintor de incêndio.

Chegando na estátua da Justiça, Francisco foi abordado por um segurança e atirou os explosivos na estátua. Segundo o segurança, após isso, ele deitou e explodiu a última bomba apoiada em sua cabeça.

De acordo com a Polícia Federal (PF), outros explosivos foram encontrados em uma casa que havia sido alugada por Francisco em Ceilândia, próximo de Brasília. Os policiais também teriam encontrado um trailer com mais bombas estacionado próximo à Praça dos Três Poderes.

Diante desse fato inusitado, a burguesia já avança em sua campanha em favor da repressão e contra os direitos democráticos. O Diretor-geral da PF, segundo matéria publicada no jornal O Globo, declarou: esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. […] Estamos tratando esse caso sob duas vertentes: atos terroristas e atentado ao Estado Democrático de Direito”.

No mesmo sentido, o Estadão publicou matéria com uma série de declarações do ministro Alexandre de Moraes, do STF. De acordo com o jornal, Moraes disse que “isso foi se avolumando sob o manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão” e aproveitou para defender entusiasticamente a censura nas redes sociais: “não é possível mais esse envenenamento constante pelas redes sociais”. Em seu melhor estilo truculento, também declarou que “as pessoas acham que podem vir a Brasília e tentar explodir STF”.

Já a Folha de S.Paulo começou o dia fazendo campanha para que Alexandre de Moraes assuma inquérito, o anexando ao do 8 de janeiro. Uma matéria publicada pelo jornal ainda na madrugada após o incidente disse que o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, admitia a possibilidade da anexação dos dois processos.

Por outro lado, o deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC), amigo de Francisco há 30 anos, concedeu uma entrevista à CBN e declarou que ele estava emocionalmente abalado pela separação com a esposa. O teor das mensagens publicadas por Francisco em suas redes sociais, citadas no início desta matéria, corroboram a versão de que se tratava de uma pessoa em um estado mental abalado. Segundo a PF, no trailer encontrado, possivelmente de Francisco, havia uma mensagem escrita em um espelho: “por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT”. A mensagem era dirigida a Débora Rodrigues, presa por rabiscar a estátua da Justiça com batom durante a manifestação de 8 de janeiro.

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