Nessa quarta-feira (13), as Brigadas Al-Quds, braço armado da Jiade Islâmica Palestina, publicaram um vídeo de um dos prisioneiros que estão sob sua guarda. No vídeo, que pode ser visto na íntegra ao final deste artigo, o prisioneiro fala sobre como sua vida está em perigo e como isso é culpa de “Israel” e do exército israelense.
“Os combatentes da Jiade Islâmica salvaram minha vida várias vezes para evitar que eu morresse. Alguns deles foram feridos e outros perderam suas vidas enquanto tentavam me proteger.
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Posso dizer que passei a temer o exército [israelense]. Tenho medo do momento em que o exército possa me alcançar, ou do momento em que bombardeiem o lugar onde estou”, afirmou.
Abaixo, o Diário Causa Operária (DCO) disponibiliza a primeira tradução do discurso do prisioneiro na íntegra. Confira:
“Meu nome é Alexander Turbanov. Tenho 28 anos. Estou em prisão com a Jiade Islâmica Palestina há um ano. Um ano de falta de comida, bebida e eletricidade. Agora, também carecemos de necessidades básicas, como sabonete e shampoo. Tenho problemas de pele que não tinha antes, devido a essa situação.
Quero lembrar aos cidadãos do estado de ‘Israel’: quando vocês comem ou bebem, lembrem-se de nós, os prisioneiros. Não temos a oportunidade de desfrutar da comida e da água que vocês consomem. Peço que pensem em nós sempre que fecharem as passagens de fronteira para pressionar os cidadãos dentro de Gaza. Lembrem-se de que, ao dificultarem a vida deles, vocês também dificultam a nossa.
Um ano inteiro de guerra. Um ano inteiro em que minha vida está em perigo. Minha vida está em risco devido às operações militares do [exército israelense] que supostamente deveriam nos libertar.
Os combatentes da Jiade Islâmica salvaram minha vida várias vezes para evitar que eu morresse. Alguns deles foram feridos e outros perderam suas vidas enquanto tentavam me proteger.
Cidadãos de ‘Israel’, quero lhes dizer que minha vida está em perigo diariamente. As operações militares que Netaniahu escolheu para libertar a mim e aos outros prisioneiros são as mesmas que, no fim, levarão à minha morte. Posso dizer que passei a temer o exército [israelense]. Tenho medo do momento em que o exército possa me alcançar, ou do momento em que bombardeiem o lugar onde estou.
Diversos prisioneiros foram mortos durante esta guerra. Ou, na verdade, muitos foram. Pouquíssimos foram libertos por meio de operações militares. A única coisa boa que fizeram pelos prisioneiros foi o primeiro cessar-fogo.
Cidadãos de ‘Israel’. Minha situação é difícil e minha vida diária é desesperadora. Após um ano de guerra em Gaza, o governo agora voltou sua atenção para o Líbano, para que possamos ser esquecidos. Depois disso, iniciarão uma guerra contra o Irã. Tudo isso para que sejamos profundamente enterrados na terra, nossos casos encerrados, e sejamos completamente esquecidos.
Peço a vocês, cidadãos de ‘Israel’, por favor, por favor, não nos esqueçam. Por favor, saiam e protestem. Agradeço pelos protestos semanais que realizam todos os sábados à noite. Quero lhes dizer que, há um ano, vocês tentam e protestam, mas ninguém no governo está ouvindo vocês. Acredito que chegou a hora de intensificar os protestos. Peço que saiam e fechem as ruas por um tempo. Iniciem greves em massa por um período. Lembrem-se, e não nos esqueçam. Aqui em Gaza, estamos em constante e iminente perigo, enfrentando condições extremamente duras.
Por favor, façam tudo o que puderem até nos trazerem de volta sãos e salvos. Sinto falta da minha família, dos meus amigos, da minha vida, da minha liberdade. Sinto falta de muitas coisas. Quero voltar para casa são e salvo, e isso só pode ser alcançado colocando pressão sobre o governo. Por favor, não nos esqueçam.”