O Banco do Brasil, segundo dados coletados nos últimos cinco anos, considerando uma média, é hoje o maior pagador de dividendos entre os bancos brasileiros que operam na bolsa de valores. No ano de 2024, é uma das maiores instituições bancárias em pagamento de dividendos, ficando atrás apenas do Bradesco, cujos pagamentos foram de 10,2% e 10,66%, respectivamente. No entanto, segundo previsão da XP, até o final de 2024 a distribuição de dividendos pode chegar a 13%.
Na comparação entre os bancos nacionais quanto à média de pagamento entre 2020 e 2024, o Santander pagou 6,38%; Bradesco, 6,10%; Itaú, 5,12%; e o BTG Pactual, 2,47%.
Segundo Bruna Sene, analista da Rico, “o BB aumentou a parcela do lucro líquido a ser distribuída como remuneração (payout). Assim, o percentual a ser pago passa de 40% para 45%. Esse montante engloba tanto juros sobre o capital próprio (JCP) quanto dividendos. Então, considerando a estimativa da empresa de R$ 37 a R$ 40 bilhões de lucro para o ano, isso significa que o valor pago pode chegar a R$ 17 bilhões” (Site inteligenciafinanceira.com.br, 23.10.2024).
Neste terceiro trimestre, com um lucro líquido apurado no valor de R$ 9,5 bilhões, a direção do banco anunciou ter aprovado a distribuição de R$ 2,76 bilhões a título de remuneração aos acionistas.
Chama atenção que as empresas estatais brasileiras estão entre as que mais distribuem dividendos, inclusive no ranking mundial, como a Petrobras, que se posiciona entre as 20 mais lucrativas do mundo e irá distribuir, neste ano, a quantia de R$ 17,12 bilhões em dividendos.
A entrega dessa enorme quantidade de recursos, que vai parar nas mãos de uma minoria de especuladores financeiros, está em completa contradição com os interesses dos trabalhadores e da população brasileira. A farra com os recursos das empresas nacionais, em grande medida, ocorre graças à pressão dos grandes capitalistas nacionais e internacionais que controlam as instituições do Estado brasileiro e mostra, também, que o governo Lula está extremamente pressionado e não consegue implementar uma política que ponha fim a essa sangria dos recursos nacionais.
Diante disso, é necessário que as organizações de luta dos trabalhadores organizem uma campanha para defender as empresas estatais e preservar os interesses nacionais. Nada de lucro para especuladores financeiros. Os lucros das empresas nacionais devem ser voltados para os interesses dos trabalhadores e do povo brasileiro.