O ano de 2024 no Brasil foi marcado predominantemente no que diz respeito à política institucional do país pelo processo eleitoral no âmbito municipal que findou no mês de outubro.
Nesse contexto, existem coisas de significativa relevância que precisam ser avaliadas para orientar a futuras ações políticas do conjunto da classe operária e mais precisamente do conjunto de seus dirigentes, sobre tudo, a ala revolucionária e popular defensoras dos interesses nacionais e dos direitos democráticos.
Uma dessas coisas de significativa relevância é o que há de difundido enquanto balanço (mas principalmente enquanto propaganda) do processo eleitoral, pelas classes sociais da sociedade (seja através de seus partidos, veículos de comunicação e entre outros mais variados tipos de organizações).
Aqui nessa avaliação, o objetivo é dar o pontapé inicial para que no decorrer dos próximos dias as análises possam ir se estreitando, indo mais à miúde com dados e informações específicas, posicionamentos de figuras políticas e organizações de relevância no cenário político.
O que mais se destacou com relação aos balanços políticos e eleitorais deste ano, em minha avaliação e que vejo ser necessário dar atenção num primeiro momento, é a constatação de que o chamado centrão teria saído como grande vencedor das eleições municipais. Aqui nessa avaliação, o Brasil seria um local abençoado divinamente e blindado das tendências geopolíticas que atingem todos os países do mundo, pois afinal a democracia nesse nosso país sempre vence e o amor também vence o ódio. Somos movidos por valores morais e éticos inquebrantáveis!
No mundo inteiro, temos visualizado uma tendência de sistemático crescimento da extrema-direita no campo institucional ano após ano em diversos países do mundo. Essa tese mencionada defende que no Brasil esse fenômeno teria acabado.
O Partido Liberal (PL) do ex. presidente Jair Bolsonaro e o Republicanos do governador de São Paulo, as principais figuras políticas da extrema-direita, foram os partidos que obtiveram o maior crescimento percentual na quantidade de governos municipais, sendo respectivamente, 49% e 109%.
A burguesia que hegemoniza o regime político de 1988 que está em processo de decadência, efetua a propaganda que lhe convém para perpetuar a manutenção de sua hegemonia no país e direcionar a opinião pública para suas fileiras. Já a esquerda cai nessa propaganda e repete a mesma como papagaio, sem uma reflexão crítica.
A retórica dessa ala da burguesia defende que o fato do PSD, MDB, PP e União Brasil, terem alcançado o maior êxito no número de prefeituras e vereadores, isso representa que estes seriam verdadeiros vencedores do processo político.
A extrema-direita assumiu a ponta do governo em 2018, em 2022 o seu principal partido foi o que elegeu a maior bancada e seu presidenciável por pouco não saiu vitorioso, e agora nessas eleições obteve o maior percentual de crescimento.
Dia após dia o regime político brasileiro, seguindo a tendência internacional, vai indo em direção à extrema-direita e ficando cada vez mais fechado. O chamado centro político (neoliberais) vem ruindo. É preciso dar um caráter consciente à polarização, pois ficar abraçados aos neoliberais apenas acelera o recrudescimento da situação.