O braço armado do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) publicou, no início de 2023, um livro escrito por um de seus comandantes, responsável por uma série de operações contra o Estado terrorista de “Israel”.
O livro Os Ônibus Estão Ardendo foi escrito por Hassan Salameh, general temido pelos sionistas. Atualmente, Salameh cumpre 46 sentenças de prisão perpétua consecutivas e mais 30 anos em uma prisão israelense, acusado de organizar três operações de grande escala contra os sionistas.
Nascido em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, foi preso pelo exército de “Israel” em 1966, em Hebron. O título faz referência aos ônibus sionistas, alvos do grande combatente palestino, e retrata o heroísmo dos palestinos e os perigos a que estavam expostos. O autor destaca que, na época, estavam em desvantagem e contavam apenas com “alguns milhares de dólares”.
“Embarcamos em um caminho cheio de perigos”, acrescentou Salameh. “Tínhamos apenas alguns explosivos e alguns milhares de dólares”.
O livro é uma homenagem ao aniversário de 27 anos da morte do “Engenheiro do Hamas”, Iahia Aiash, militante fundamental da Resistência Palestina e grande fabricante de armas, assassinado em um ataque com explosão de celular. O evento realizado pelas Brigadas Al-Qassam contou com inúmeros palestinos e líderes militares do partido revolucionário. Em uma mensagem por ocasião do lançamento, Salameh afirmou que os ataques pelos quais foi responsável:
“Permanecerão imortais na história e contarão às gerações palestinas a história de uma vontade que transcendeu o impossível, realizou milagres e expôs a fragilidade da entidade sionista para o mundo todo.”
O mártir Saleh Arouri, assassinado no começo de 2024 no Líbano e, na época, vice-líder do birô político do Hamas, também falou no evento.
“Este livro tem grande simbolismo”, disse ele. “Estamos passando por uma fase em que os atos de resistência estão aumentando. Estamos nos dirigindo para mais um ciclo de resistência e conflito com o ocupante; estamos caminhando para uma nova vitória”.
Salameh continua sujeito à prisão sionista, onde são amplamente conhecidas as torturas brutais aos prisioneiros. Seu irmão, ex-prisioneiro libertado, Akram Salameh, de 38 anos, confirmou que Hassan está em isolamento há nove anos e, por conta de uma greve de fome, perdeu 12 quilos desde a última carta em que se comunicaram. Akram, que passou 15 anos em prisões israelenses e foi libertado no acordo Wafa Al-Ahrar, disse à QUDS Press que seu irmão está animado com a Revolução Palestina e com a determinação dos prisioneiros em acabar com a “política de isolamento”. O irmão de Hassan afirmou que os prisioneiros estão realizando greves de fome e determinados a seguir até o fim do isolamento. Também confirmou que está em contato com os prisioneiros:
“Os prisioneiros, especialmente os do Hamas e da FPLP, têm um compromisso de não negociar sobre a greve, exceto com os irmãos autorizados que têm autoridade para falar sobre ela.”
Apesar das queixas da imprensa imperialista sobre os prisioneiros israelenses, são os palestinos que continuam sendo feitos de reféns e presos apenas por apoiarem a resistência armada. São mais de 10.000 prisioneiros submetidos a tortura e todo tipo de maus-tratos nas cadeias.