Haim Bresheeth, judeu e professor na Inglaterra, foi acusado de “discurso de ódio” e preso devido à sua defesa da Palestina e denúncia do genocídio perpetrado por “Israel” em Gaza.
O docente, que é também cineasta, fotógrafo e estudioso de cinema na Escola de Estudos Orientais e Africanos (SOAS) em Londres, pediu pela deportação do embaixador israelense do Reino Unido enquanto discursava em manifestação pró-Palestina em 1º de novembro.
O pedido do professor se deu em razão de Tzipi Hotovely, o embaixador, ter declarado apoio expresso ao genocídio em Gaza, no mês de janeiro. Na ocasião, em entrevista a programa de rádio britânico, Hotovely declarou que haveria túneis do Hamas sob “toda mesquita, toda escola” de Gaza. Ao se perguntado, então, se “Israel” deveria destruir todos os edifícios de Gaza, o embaixador israelense respondera “você tem outra solução?”.
Em vídeo feito expondo a prisão arbitrária do professor, pode-se ouvir um policial dizendo a Haim Bresheeth “hoje mais cedo, você fez um discurso… então você está preso sob a Lei do Terrorismo de 2000 por fazer discurso de ódio”.
Diante da prisão, a organização Rede Judaica pela Palestina (JNP), da qual Bresheeth é fundador, informou que o professor quer que “todos saibam que ele está se sentindo resiliente, sabendo que os palestinos estão sofrendo muito pior”.
A prisão por discurso de ódio de um judeu que apoia a Palestina em sua luta contra o sionismo demonstra a natureza reacionária da política identitária de “combate” ao “discurso de ódio”, política que, no fim das contas, serve para impedir que pessoas denunciem o genocídio perpetrado por “Israel” e que se manifestem em defesa do povo palestino e suas organizações de resistência.