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Eleição nos EUA

Trump teve maioria decisiva entre os trabalhadores

Além disso, Partido Democrata perdeu apoio entre latinos e negros

Por que Donald Trump ganhou a eleição norte-americana? A esquerda pequeno-burguesa, um setor dela inclusive com a posição absurda de que Kamala Harris seria um “mal menor”, procura respostas para compreender por que um elemento da extrema direita, como Trump, foi vitorioso.

Está claro que a vitória do republicano, contra a vontade do setor mais poderoso do imperialismo mundial, está ligada a um problema político profundo. Aparecendo como um candidato “antissistema”, usando o discurso demagógico da extrema direita, Trump aparece para a população média norte-americana como uma solução para a crise social.

Para compreender isso, é interessante analisar alguns dados da eleição.

Entre os homens, Trump teve 55% dos votos, contra 42% de Kamala. Já entre as mulheres, Kamala teve uma vantagem um pouco maior, 53% contra 46%. Isso revela que, apesar da demagogia identitária sobre a mulher, utilizada pelos democratas, isso não foi suficiente para que o voto das mulheres fosse para Kamala de maneira esmagadora.

Na divisão de votos por idade, os dados ajudam bastante a compreender que os votos de Trump se concentram na parte mais ativa e influente da população. Entre os jovens de 18 a 29, Kamala venceu por 54% a 43%. A partir dos 30 anos até 49, a coisa praticamente empata: 49% a 48%, pequena vantagem para Kamala. Já entre 45 a 64 anos, Trump venceu por 54% a 44%, essa é a faixa de idade que representa a maioria do eleitorado: 35%. Para os eleitores acima de 65 anos, há um empate.

Quando analisamos os votos divididos em raças e grupos étnicos, a crise dos democratas fica ainda mais evidente. Entre os brancos, Trump vence com facilidade, 57% contra 41%. Detalhe importante, a população branca é 71% do eleitorado. Entre os negros, que representam apenas 11% dos eleitores, Kama venceu com boa vantagem, 85% contra 13%. Já entre latinos, que representam 12% dos eleitores, a coisa já fica mais igual, 52% a 46% para Kamala.

Apesar da vantagem de Kamala nesse setor, o Washington Post faz uma comparação de dados que revela a perda de apoio dos democratas, o que foi importante na derrota de Harris:

“Harris conquistou uma ligeira maioria de eleitores hispânicos nacionalmente, tendo um desempenho significativamente inferior à margem de 33 pontos de Joe Biden em 2020.

Cerca de 7 em cada 10 eleitores hispânicos classificaram a economia a nível nacional como ‘não tão boa’ ou ‘ruim’, e uma pequena maioria dos que o fizeram apoiaram Trump. Cerca de 4 em cada 10 eleitores hispânicos também disseram que a economia era o seu principal problema, e estes eleitores preferiram Trump por uma margem de cerca de 2 para 1 em vez de Harris.

Nos principais estados indecisos, Harris tendeu a ter um desempenho inferior junto aos eleitores hispânicos em relação ao desempenho de Biden em 2020, embora em graus variados.”

Por fim, mais um dado que mostra que houve uma clara tendência da população média trabalhadora para o voto em Trump. Entre a população com escolaridade mais alta, Kamala venceu por 55% a 42%; esse setor representa 43% dos eleitores. Já entre os eleitores “não graduados”, que representam 57% dos eleitores, Trump vence de lavada, 56% a 42%.

Todos esses dados apresentados acima foram coletados em entrevistas na saída das cabines de votação e publicados pelo Washington Post.

Em parceria com a Associated Press, a Fox News apresentou dados semelhantes. O mais interessante de se destacar é a votação de acordo com o nível salarial dos eleitores.

Trump vence na faixa nas três faixas médias, entre 25 mil e 100 mil dólares de renda familiar. Já Kamala vence entre os mais pobres, abaixo de $25 mil, ainda que com pequena vantagem, 50% a 47%, e ganha entre os mais ricos, acima de $100 mil, 53% a 45%.

Esses dados mostram que Trump conquistou os votos da maior parte dos trabalhadores norte-americanos. Esse fenômeno é o mesmo que tem ocorrido nos países europeus, onde a extrema direita, com sua demagogia, está atraindo boa parte do eleitorado. Enquanto isso, a esquerda burguesa se confunde com o regime político podre desses países.

Classe operária norte-americana se insurge contra o identitarismo

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