O editorial do jornal imperialista O Estado de S. Paulo intitulado Os antissemitas estão à vontade é o exemplo máximo da canalhice e da perfídia dos defensores da ditadura sionista. Se algum serviço é prestado ao leitor, é o de deixar evidente até onde vai a disposição dessa imprensa para encobrir crimes do sionismo sob o pretexto do “antissemitismo”, como no trecho abaixo, uma pérola da canalhice:
“O vírus da intolerância ideológica que contamina universidades encontrou no Ceará mais um hospedeiro, desta vez oferecendo evidências de algo impensável, porém cada dia mais real: o recrudescimento do antissemitismo no Brasil.”
Se houvesse qualquer honestidade pela parte do jornal, o Estadão teria, no mínimo, a decência de apontar dados: quantos judeus foram assassinados no Brasil e no mundo nas últimas décadas em condições minimamente similares às sofridas pelo povo palestino? Que ataques contra comunidades judaicas têm ocorrido no País?
Poderiam estender o período de pesquisa desde o fim da Segunda Guerra e mostrar a prova de uma violência contra judeus que se aproxime da política de extermínio contra os palestinos empreendida pelos sionistas. O Estadão não está interessado em discutir a situação real dos judeus no Brasil ou em qualquer parte do mundo, mas criar uma cobertura para os piores crimes vistos pela humanidade, talvez desde sempre. Claramente, o interesse da propaganda é desviar o foco dos assassinatos em massa que “Israel” comete contra palestinos.
“Autodeclarados sionistas – isto é, que defendem o direito dos judeus à autodeterminação e a um Estado soberano no território que corresponde ao antigo Israel.”
Outro exemplo de descaramento. O Estadão fala em “autodeterminação” como se o sionismo não tivesse feito nada além de chegar pacificamente a uma “terra prometida”. A Palestina não era um deserto à espera dos colonizadores europeus.
Era, isto sim, um território habitado há milênios por um povo que hoje sofre sob uma ocupação militar brutal. O que o Estadão quer dizer com “autodeterminação” para o sionismo é o direito de invadir, roubar terras, e cometer assassinatos em escala industrial para construir um Estado artificial, um “direito” que só existe (e faz sentido) na propaganda sionista.
“Organizado pelo curso de pós-graduação em Sociologia, o evento tinha como palestrante Michel Gherman, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador da questão judaica e do antissemitismo. Ele se declara ‘sionista de esquerda’ e frequentemente manifesta duras críticas ao atual governo de Israel. Os debatedores eram o doutorando Matheus Alexandre, que integra a StandWithUs, uma ONG internacional que se dedica a defender Israel e a combater o antissemitismo, e Jawdat Abu-El-Haj, professor da UFC e palestino nascido em Jerusalém. Participava da mesa, ainda, o professor Fabio Gentile, coordenador do programa e pesquisador da extrema direita.”
O Estadão tenta enganar o público apresentando um tal “sionista de esquerda”. O “sionismo de esquerda”, no entanto, é um absurdo. No fim das contas, é a defesa do projeto sionista: ocupação e massacre.
Quanto à ONG do ex-militar israelense André Lajst StandWithUs, trata-se da seção brasileira de uma ONG sionista norte-americana. Trata-se de um braço propagandístico do Estado de “Israel”, uma entidade cujo único compromisso é difundir a ideologia da ocupação. Qualquer discussão que tenha como objetivo honesto entender a “questão judaica” deveria partir da libertação do povo palestino, e não de uma mesa cheia de defensores do sionismo.
“Ou seja, se havia algum desequilíbrio na mesa, era em favor do viés de esquerda na análise do presente conflito no Oriente Médio. No entanto, os debatedores não foram hostilizados pelas ideias que defendem, pois nem tiveram tempo de enunciá-las, e sim pelo que são: judeus (chamados de ‘sionistas’) ou supostamente rendidos a grupos sionistas. O nome disso é antissemitismo.”
Aqui, o Estadão abandona qualquer noção de escrúpulos e mente descaradamente. O protesto na UFC não foi motivado pela fé judaica dos debatedores, mas pela posição deles como porta-vozes do regime sionista. Até que “Israel” deflagrasse seu genocídio na Faixa de Gaza, essas figuras eram ilustres desconhecidos da população e se não fossem notórios defensores da ocupação, assim permaneceriam.
Esses propagandistas do massacre de palestinos querem ser tratados como meros acadêmicos, enquanto são cúmplices de um Estado criado artificialmente para servir ao imperialismo, sem outro propósito além de estabelecer uma base militar segura para os EUA e a Europa na região, a principal produtora de petróleo do mundo e rota comercial por onde passam pelo menos 15% do comércio mundial.
“Para esses arruaceiros judeofóbicos, a existência de Israel é afrontosa porque simboliza não só a capacidade dos judeus de se defenderem depois de séculos de perseguição, como também o avanço dos valores ocidentais em território que sempre foi hostil à democracia, ao liberalismo e aos direitos humanos.”
Cinismo sem limite. “Israel” não é e nunca foi símbolo de “democracia”, “liberalismo” ou “direitos humanos”, mas sim de apartheid, de ocupação e de racismo aberto. A Palestina foi arrancada dos palestinos por uma ditadura sionista, um horror que nunca abandonou a repressão violenta contra seu povo. O que o Estadão chama de “valores ocidentais” não passa de brutalidade colonial, sustentada por um regime de terror que só encontra paralelos históricos junto ao governo nazista.
“Foi sob Stalin que o termo ‘sionismo’ passou a ser usado para designar uma espécie de complô ocidental contra os povos árabes e muçulmanos, distorcendo grosseiramente o sentido original justamente para disfarçar o óbvio antissemitismo – afinal, não pegava bem para a URSS ser abertamente antissemita depois de ter lutado contra Hitler. Não é à toa que a convocação para o ato dizia que ‘o sionismo é uma ideologia racista e supremacista branca’ e que, ‘junto do nazismo, é uma das piores e mais sanguinárias criações humanas’. Stalin não teria dito melhor.”
Mais uma tentativa ridícula de distorcer os fatos. A criação de “Israel” contou com o apoio fundamental de Stálin. A propaganda do Estadão tenta reescrever a história para associar toda resistência antissionista ao preconceito, mas a verdade é que o mundo inteiro reconhece a opressão de “Israel” sobre os palestinos. Lutar contra o sionismo é, sim, lutar contra o racismo, contra o imperialismo e contra o fascismo moderno.
“Para não deixar dúvidas sobre o espírito que os movia, os manifestantes interromperam o evento portando uma imagem de Yahya Sinwar, o líder terrorista do Hamas que arquitetou o massacre de centenas de israelenses inocentes em 7 de outubro de 2023.”
Sinuar é um heroi que vive para defender seu povo do terror imposto pelo sionismo, um líder admirado pela resistência, que tem o dever moral de combater uma ocupação genocida. Ele representa tudo o que o Estadão e os sionistas mais temem: a dignidade e a coragem do povo oprimido que, mesmo sob as bombas de “Israel”, se levanta em resistência.
O editorial do Estadão é a propaganda de um órgão comprometido em defender o massacre e a dominação imperialista, não importa quanta mentira precise ser repetida. Por meio desse editorial escatológico, demonstra não ter qualquer compromisso com a verdade e não passa de uma arma na guerra contra os povos oprimidos.