A presidente pró-imperialista Maia Sandu foi reeleita na Moldávia com 54,35% dos votos, conforme dados da Comissão Eleitoral Central, após a apuração de 98% das urnas. Essa eleição, que reforça o alinhamento da Moldávia com a União Europeia, é parte de uma política coordenada pelas potências imperialistas para afastar o país da influência russa, manipulando o sistema político para garantir a vitória de Sandu contra o candidato pró-Rússia, Alexandr Stoianoglo.
A eleição foi marcada por uma exclusão deliberada de eleitores moldavos residentes na Rússia. O governo moldavo limitou a participação desse grupo, enviando apenas 10 mil boletins de voto aos consulados na Rússia para uma população de aproximadamente 500 mil cidadãos moldavos residentes no país. Em Moscou, milhares de moldavos protestaram, exigindo seu direito ao voto, o que expõe o descontentamento com as medidas que favorecem Sandu e sua política de integração com o bloco europeu, em claro detrimento da parcela da população que prefere manter laços com a Rússia.
Desde o início da campanha, Sandu intensificou as acusações contra a Rússia, afirmando que Moscou interferiu no processo eleitoral e mencionando supostos “grupos criminosos” que estariam tentando “comprar” votos. Em clara tentativa de caluniar a Rússia, seu conselheiro de segurança nacional, Stanislav Secrieru, ainda declarou que observadores flagraram “transporte organizado de eleitores” até os locais de votação, um crime segundo a legislação moldava. Tais alegações foram prontamente rejeitadas pela Rússia como infundadas, deixando evidente que essas acusações servem como provocação e pretexto para isolar o país da influência russa.
Ao se referir à eleição como “uma lição de democracia que merece ser incluída nos livros de história”, Sandu tenta dar legitimidade a um processo eleitoral que excluiu setores inteiros da população. Sua declaração de que pretende ser “presidente para todos” se mostra uma farsa diante das barreiras impostas aos moldavos pró-Rússia. Além disso, ao agradecer a participação recorde da diáspora na Europa Ocidental, que massivamente apoiou sua política pró-UE, Sandu demonstra sua aliança explícita com o bloco imperialista, ignorando o clamor dos moldavos que se identificam cultural e historicamente com a Rússia.
Esse episódio não é isolado, mas parte de uma série de “revoluções coloridas” orquestradas pelo imperialismo para consolidar o domínio sobre o Leste Europeu, utilizando-se de golpes e do controle de governos para afastar a influência russa. A Moldávia, assim como outras nações da região, está em uma posição estratégica, o que a torna alvo da intervenção imperialista. Assim como na Ucrânia e na Geórgia, onde movimentos financiados e apoiados por blocos imperialistas promoveram “revoluções” que serviram aos interesses imperialistas, a Moldávia agora enfrenta uma pressão cada vez maior para se integrar completamente à Europa, mesmo às custas de estabilidade interna e de sua relação histórica com a Rússia.
A situação na Transnístria, região de maioria russa que se separou da Moldávia nos anos 1990 e recebe apoio de Moscou, representa um obstáculo aos planos imperialistas. Semelhante ao Donbass, na Ucrânia, a Transnístria é uma linha de resistência ao avanço imperialista na região. Organizações financiadas pelo capital imperialista promovem a política de uma “Moldávia europeia”, ignorando a vontade popular.
Ao se submeter às imposições dos Estados Unidos e da União Europeia, o governo moldavo torna o país cada vez mais subordinado à política imperialista, similar ao que ocorreu na Ucrânia. A influência imperialista faz com que a Moldávia adote uma política cada vez mais reacionária, tornando os moldavos bucha de canhão para os interesses estrangeiros -assim como foi feito na Ucrânia -, enquanto Sandu promete trabalhar “dia e noite” para integrar a Moldávia à UE até 2030, custe o que custar.
Nesse sentido, a reeleição de Sandu representa um avanço na política imperialista de cercar a Rússia, minando alianças e impondo governos que sustentem sua política de cerco. A supressão dos direitos de voto da diáspora russa moldava e o apoio incondicional da UE a Sandu evidenciam que o processo eleitoral foi conduzido de forma a servir exclusivamente aos interesses imperialistas, distorcendo a realidade do país em nome de uma “Moldávia europeia” fabricada pelo imperialismo.