Nesta terça-feira (29), a parlamentar ucraniana Anna Skorokhod informou, em entrevista no programa de TV Novyny.LIVE, que mais de 100 mil soldados ucranianos desertaram ou foram declarados ausente sem licença: “não vou dizer o número [exato] de pessoas que desertaram e ficaram AWOL [absent without official leave, ausente sem licença oficial], mas direi que é mais de 100.000”.
Segundo Skorokhod, inúmeros soldados e familiares vem reclamando sobre o comportamento dos oficiais. Trabalhadores recrutados à força trazem reclamações como a seguinte: “por que eu, um trabalhador de oficina de reparos de apenas um mês atrás, devo sentar nas trincheiras enquanto os oficiais superiores estão longe da linha de frente?”, denunciando ainda que apenas entre 10 a 15% do exército ucraniano está, de fato, no campo de batalha: “por que apenas 10% a 15% do pessoal do exército está realmente participando do combate?”.
Conforme noticiado pela emissora Russia Today (RT), o número divulgado pela parlamentar coincide com aquele divulgado pelo advogado militar Roman Lykhachev há uma semana, quando afirmou que o número de desertores é definitivamente mais de 100.000 militares. Expondo a gravidade da crise em que se encontram as Forças Armadas da Ucrânia, Lykhachev também informou que há casos em que 20 a 30 soldados desertam simultaneamente.
Skorokhod atribui as deserções à má gestão desenfreada e a decisões erradas das autoridades, o que contribuiria para baixo moral entre as tropas. Uma justificativa superficial, pois as deserções estão ocorrendo, pois trabalhadores e cidadãos ucranianos comuns, sem treinamento militar prévio, estão sendo sequestrados pela ditadura de Zelenski e enviados para a morte certa no campo de batalha, apenas para servir de bucha de canhão na guerra de agressão do imperialismo contra a Rússia.
Em face das deserções e do elevado número de baixas ucranianas no campo de batalha, o regime nazista de Kiev tentará recrutar à força mais 160 mil pessoas no decorrer dos próximos três meses, conforme parlamentares ucranianos e a imprensa do país. A crise na falta de tropas é tamanha que prisioneiro de guerra ucraniano chamado Robert Pogorelov relatou que Kiev mobiliza até mesmo pessoas com HIV e com problemas mentais, conforme noticiado pela emissora Sputnik nesta quinta-feira (31).
Buscando adiar o colapso das forças ucranianas, recentemente, o governo reduziu a idade de recrutamento de 27 para 25 anos. Consequência desta medida, os casos de recrutamento forçado nas ruas da Ucrânia se multiplicam, com inúmeros vídeos divulgados nas redes sociais expondo o aumento de forças militares, policiais e agentes do Centro Territorial de Recrutamento e Apoio Social (TCC) espalhados pelas ruas de Kiev e outras cidades, em blitz ou em patrulha, sequestrando à força ucranianos para os levar à fronte.
Por outro lado, multiplicam-se também os casos de cidadãos ucranianos se unindo para impedir agentes do TCC de sequestrar homens considerados aptos pela ditadura de Zelenski a serem enviados à fronte, situação igualmente constatada em vídeos amadores divulgados em canais de Telegram.
Na fronte, é igualmente frequente os casos de deserção, em que soldados ucranianos se rendem às Forças Armadas Russas após serem contatados através de canais de comunicação pelas tropas russas.
Apesar de os órgãos de imprensa imperialistas e ucranianos falsificarem as baixas ucranianas na guerra, a realidade não pode ser escondida das próprias tropas, que frequentemente preferem se render a morrer em nome de um regime fantoche da OTAN, e dos cidadãos, que se recusam a se alistar, pois sabem que o destino é provavelmente a morte certa.
Embora o número de baixas na guerra de agressão contra a Rússia seja de difícil aferição, há estimativas recentes de que ao menos 780 mil ucranianos já teriam morrido na guerra. Segundo informações do Ministério da Defesa russo, as perdas ucranianas estariam em torno de meio milhão, enquanto que apenas na invasão ucraniana a Kursk, as Forças Armadas Ucranianas sofreram mais de 28.600 baixas.