Desde terça-feira (29), a Espanha enfrenta uma forte chuva que está afetando em grau maior o Sudeste do país. Segundo relatório provisório do Ministério de Emergência, pelo menos 95 pessoas já morreram em meio às inundações. As equipes de emergência e socorro ainda estão tentando, entretanto, acessar muitos outros locais.
De acordo com o jornal francês Le Figaro, os municípios mais afetados estão L’Alcudia, na região de Valência, e Letur, na província vizinha de Albacete (região de Castela-La Mancha), onde seis pessoas estão desaparecidas depois que a enchente invadiu as ruas, arrastou carros e inundou edifícios.
Há “comunidades inundadas, estradas e caminhos cortados, pontes quebradas pela violência das águas”, descreveu o chefe do governo num breve discurso televisivo a partir do palácio da Moncloa. Durante a noite de terça para quarta-feira (30), o presidente do governo regional da comunidade valenciana, Carlos Monzón, indicou que vários corpos foram encontrados. “Estamos enfrentando uma situação sem precedentes, que ninguém nunca viu antes”, acrescentou.
O governo espanhol anunciou um luto nacional de três dias após as chuvas e inundações. Estes três dias de luto começarão quinta-feira, 31 de outubro, e durarão até sábado, 2 de novembro, disse à imprensa Ángel Víctor Torres, ministro da Política Territorial, que acrescentou que o primeiro-ministro Pedro Sánchez se deslocará na quinta-feira. Até o fechamento desta edição, ainda não haviam sido disponibilizados os números oficiais de desaparecidos e afetados pelas enchentes.
Segundo a emissora inglesa BBC, devido às fortes chuvas, muitas pessoas passaram a noite nos seus carros à espera de serem resgatadas. O governo central informou que os comboios e voos foram gravemente afetados, com cancelamentos generalizados.
Além disso, mil soldados foram destacados para ajudar nas operações de resgate. As chuvas também deixaram cerca de 140 mil pessoas sem energia e causaram o fechamento de muitas estradas.
Consuelo Tarazon, prefeita de Horno de Alcedo, uma cidade nos arredores de Valência, disse à BBC que a cidade foi “inundada em minutos”. “As correntes eram tão rápidas — e chamamos os serviços de emergência que começaram a resgatar algumas pessoas que tinham água até o pescoço”, ela diz, chamando a situação de “uma catástrofe total”.
O jornal Zero Hora informou que a plataforma de monitoramento meteorológico Windy mostra intensas nuvens de tempestade sobre o Mediterrâneo, na região da Catalunha. Com este cenário, o Serviço Meteorológico da Catalunha emitiu um alerta vermelho para região, válido para uma área que abrange Barcelona, onde a tempestade chegaria na tarde de ontem.
O número de quase 100 pessoas mortas expressa o tamanho da crise do imperialismo, que, mesmo com todo o dinheiro que possui, não consegue prevenir e proteger minimamente a sua população. Estamos falando de uma das principais cidades da Espanha, Valência e não de Petrópolis, no Rio de Janeiro, que, devido à política neoliberal, foi alvo de enchentes, em 2022, que destruíram a cidade e vitimaram mais de 240 pessoas.