Nas últimas 24 horas, a ofensiva de “Israel” sobre o norte da Faixa de Gaza e o Líbano resultou no assassinato de mais de 150 pessoas. Segundo informações da emissora catarense Al Jazeera, o bombardeio foi especialmente devastador em Beit Lahia, em Gaza, e no Vale do Becá, no Líbano.
Destruição no norte de Gaza
Na terça-feira (29), “Israel” bombardeou um prédio residencial de cinco andares em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, resultando no assassinato de pelo menos 93 palestinos, conforme dados divulgados pelo Escritório de Imprensa do Governo de Gaza. O edifício, que abrigava muitas famílias deslocadas, desabou completamente após o ataque, sepultando sob os escombros homens, mulheres e crianças.
O diretor do Hospital Kamal Adwan, Dr. Hussam Abu Safia, relatou que mais de 150 mortos e feridos foram levados para a unidade. Segundo ele, o hospital, já sobrecarregado e com recursos médicos escassos, luta para atender aos feridos, muitos dos quais em estado crítico e sem expectativa de socorro adequado.
A situação no hospital é agravada pela prisão de dezenas de profissionais de saúde pelas forças de ocupação na semana passada, que deixaram apenas três médicos ativos para atender centenas de feridos. Abu Safia fez um apelo internacional para a entrada de delegações médicas especializadas e suprimentos essenciais, frisando que, sem essa ajuda, muitas vidas estarão em risco.
‘O dia mais violento’ no Vale do Becá, Líbano
Além de Gaza, o Vale do Becá, no Líbano, também foi alvo de intensos bombardeios de “Israel” durante a madrugada, que deixaram um saldo de pelo menos 60 assassinados e 58 feridos, segundo o Ministério da Saúde Pública do Líbano. O maior número de vítimas foi registrado em Sahl Allak, na província de Baalbek, onde 16 pessoas foram assassinadas.
Esse bombardeio marca uma dos ataques mais violentas desde a intensificação da agressão sionista contra o Líbano, ampliando o massacre contra a população libanesa. Os ataques foram tão monstruosos que até mesmo o imperialismo teve que se pronunciar.
De maneira demagógica, o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, solicitou explicações ao governo de “Israel” sobre o ataque. “Queremos saber exatamente o que aconteceu, como foi possível que o ataque resultasse, segundo os relatos, em tantas crianças mortas”, declarou, fingindo que os EUA não são os principais financiadores do genocídio na Faixa de Gaza.
Testemunhos do massacre em Beit Lahia
O correspondente da Al Jazeera em Deir el-Balah, Hani Mahmoud, descreveu as cenas que testemunhou no local do ataque como “desoladoras”. As equipes de resgate continuam a retirar corpos dos escombros, muitos dos quais com ferimentos graves e sinais de esmagamento devido ao peso das lajes de concreto que desabaram sobre as vítimas enquanto dormiam. Entre os mortos, há um número significativo de mulheres e crianças, indicando o impacto devastador sobre as famílias civis que buscam refúgio em Gaza.