No Brasil a concentração fundiária e o pagamento da criminosa dívida pública são dois exemplos de coisas intocáveis e responsáveis pela manutenção do atraso político-econômico do país. Não sofrem nenhum tipo de alteração efetiva.
Alguns dos reflexos imediatos dessa situação é que a dívida pública abocanha do Estado Nacional mais de 50% do orçamento público e a com relação à concentração fundiária, temos mais de 1,5 milhão de pessoas afetadas por despejos.
Dessas, 1,5 milhão de pessoas afetadas, 267.539 mil são crianças, 262.845 mil são idosas, 938.734 mil são mulheres e 1.032.607 milhão são negros.
De acordo com o mapeamento da Campanha Despejo Zero, são 333.763 mil famílias que se encontram ameaçadas, 42.098 mil famílias despejadas, 78.810 mil famílias com despejos suspensos. Todo esse conjunto de dados dizem respeito à 2.030 casos que o mapeamento conseguiu mensurar.
Desde que a medida institucional do Supremo Tribunal Federal (ADPF 828) que estabelecia o impedimento de determinados casos de despejos perdeu a validade mais de 625 mil pessoas foram afetadas.
Os Estados com maior número de famílias ameaçadas são: São Paulo (90.126 mil), Pernambuco (43.411 mil), Amazonas (31.902 mil), Pará (21.676 mil) e Rio Grande do Sul (15.528 mil).
As Unidades Federativas que possuem o maior número de famílias despejadas são: São Paulo (9.508 mil), Amazonas (5.541 mil), Rio de Janeiro (4.939 mil), Ceará (2.510 mil) e Pernambuco (2.194 mil).
O perfil dessas famílias afetadas pelos despejos ou por ameaças são de pessoas que 74,5% recebem até 2 salários mínimos, 66,3% são pretos e pardos, e 62,6% são mulheres. Isso revela para nós que os privados de possuírem a propriedade no Brasil têm classe social, raça e gênero.